Filha de 2 anos usa roupa do Samu para homenagear mãe socorrista

‘Quando a minha filha for maior, que ela reconheça a grandeza de ajudar o próximo’, diz auxiliar de enfermagem

PUBLICIDADE

Foto do author Priscila Mengue
Por Priscila Mengue
Atualização:

A auxiliar de enfermagem Claudia Cristina de Sá, de 36 anos, fala que costuma colocar o “medo no bolso” sempre que veste o uniforme de socorrista do Samu paulistano. “Espero, de coração, quando a minha filha for maior, que ela reconheça a grandeza de ajudar o próximo. E não por esperar aplausos, mas pelo crescimento pessoal e o crescimento espiritual, que sirva de exemplo em relação ao amor ao próximo”, declara.

Medo e exemplo. 'O vírus é praticamente palpável para mim" Foto: Tati Piassentini

PUBLICIDADE

Tal qual a última obra de arte de Banksy, em que uma enfermeira é a super-heroína de uma criança, Claudia também é a inspiração da filha, Maria Antônia, de 2 anos. Tempos atrás, a menina se encantou com uma pequena camiseta semelhante ao uniforme do Samu entre as roupas da mãe.

“(A peça) foi um presente de um senhor aposentado do Samu. Ela abriu a minha gaveta e viu. Falou: ‘Mamãe, eu quero pôr’. Ela fala: ‘não sou a Maria Antônia, sou a doutora.”

Claudia conta que a menina já pensa em trabalhar na área da saúde quando adulta, também inspirada por uma tia paterna médica. Por isso, mãe e filha até já posaram sorridentes para um ensaio com as roupas.

As duas passarão o Dia das Mães juntas, mas sem a companhia da avó materna, da tia materna e dos primos de Maria Antônia, com quem costumam fazer “aquela festa” na data. “Por conta dessa quarentena, vai ser tudo via internet, o presente foi comprado pela internet e a gente vai se ver por vídeo”, comenta a auxiliar de enfermagem. 

Mãe conta que filha gosta de ser chamada de doutora quando está com camiseta do Samu Foto: Tati Piassentini

Claudia vai na casa da mãe (idosa e com doença preexistente) periodicamente apenas para entregar compras essenciais. Já Maria Antônia tem contato eventual com as duas avós quando coincidem os compromissos profissionais dos pais, embora a socorrista não considere a situação ideal.

Embora lide com casos graves no cotidiano, atendendo no entorno do distrito de Ermelino Matarazzo, no extremo leste da cidade de São Paulo, a socorrista ressalta ser otimista em relação à pandemia e diz que essa “doença invisível” vai passar.

Publicidade

“O vírus é praticamente palpável para mim, vejo praticamente todos os dias quando estou de plantão”, aponta. “Tenho medo? Tenho medo. Eu não sei de onde estou tirando força para ser tão confiante.”

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.