BRASÍLIA - Uma rede de quatro laboratórios tenta decifrar o que levou 52 pessoas na Bahia a desenvolver uma doença que provoca dores na cervical, nos ombros, nas costas e urina quase negra. "Até o momento, temos apenas hipóteses", afirma a superintendente de Vigilância e Proteção à Saúde da Bahia, Ita Cunha. Dois pacientes morreram, mas não há até o momento comprovação de que os óbitos estejam relacionados com o problema.
Os casos começaram a ser identificados em novembro. Das notificações, 51 ocorreram em Salvador e uma em região próxima da capital baiana. De acordo com Ita, uma dos únicos pontos em comum entre parte dos pacientes foi o consumo de peixe. "Mas nem todos consumiram o produto, daí as dúvidas", disse.
O Laboratório Central da Bahia está com a incumbência de analisar uma eventual infecção bacteriana. No entanto, até agora nenhum caso foi confirmado. Na Fiocruz, a análise é feita para tentar identificar uma eventual infecção viral. Também até o momento sem nenhum resultado conclusivo. O Instituto Adolfo Lutz examina amostras de peixes de espécies mais consumidas por pacientes que relataram o problema: olho de boi e badejo. A suspeita é de que o alimento poderia estar contaminado com materiais pesados.
O Ministério da Saúde vai encaminhar para o Centro de Controle de Doenças, nos Estados Unidos, amostras de peixes.