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Futuro ministro da Saúde promete 'choque de gestão' nos hospitais federais do Rio

O futuro ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, apresentou nesta sexta-feira, 28, as prioridades da pasta nos primeiros cem dias de gestão Jair Bolsonaro (PSL)

Por Marianna Holanda
Atualização:

Brasília - O futuro ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, apresentou nesta sexta-feira, 28, as prioridades da pasta nos primeiros cem dias de gestão Jair Bolsonaro (PSL). Entre elas, haverá um "choque de gestão" em seis hospitais e três institutos federais da cidade do Rio de Janeiro, segundo o ministro.

Mandetta cobrou investigações da Anvisa. Foto: Gustavo Lima/Agência Câmara

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"Esses hospitais federais precisam ser integrados, tomar um choque de gestão, melhorar a questão da compra conjunta", afirmou Mandetta na sede do governo de transição em Brasília, o CCBB. "Na parte de atendimento hospitalar, a rede federal no Rio de Janeiro vem passando por inúmeros problemas, então a gente deve entrar numa agenda com a agenda hospitalar do Ministério da Saúde no Rio de Janeiro." Por "choque de gestão", ele exemplificou a unificação de compras e revisão de contratos. Os hospitais federais do Rio de Janeiro são o de Ipanema, Bonsucesso, Lagoa, Andaraí, Cardoso Fontes e Servidores do Estado. Os institutos são os do Câncer, Cardiologia e Traumatologia e Ortopedia. 

Questionado sobre o motivo de começar pelo Rio, ele afirmou que a gestão desses hospitais e institutos depende diretamente da União. "Para chegar no Brasil como um todo, o SUS se articula com Estados e municípios através do tripartite. Ali posso travar uma grande discussão com eles para melhorar a performance na ponta", disse. No pente-fino administrativos, Mandetta também disse que pretende acabar com o controle que a milécia exerceria em alguns hospitais do Rio. No último dia 21, o futuro ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, disse, em entrevista ao Estado, que o governo faria uma intervenção em hospitais do Rio, que seriam, segundo ele, dominados pela milícia.  A crise na saúde pública no Rio ganhou notoriedade nacional, seja por casos em que pessoas morrem na fila de espera ou escândalos de corrupção, como o do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia, alvo da Operação Fatura Exposta da Polícia Federal. O próprio ministro citou corrupção como um dos exemplos para a escolha da agenda.

Segundo Mandetta, o ministério vai trabalhar em três eixos principais: o primeiro é socorrer os hospitais e institutos federais cariocas; o segundo, atuar na saúde básica em Roraima; e o terceiro, promover uma estratégia de saúde da família em algum Estado ainda não selecionado. 

No caso de Roraima, seria um "ponto dramático", nas palavras dele, "porque mostra muito a falência da atenção básica, principalmente na área de vigilância e saúde". A migração do venezuelanos teria trazido doenças como sarampo e encontrou uma população pouco vacinada, afirmou Mandetta. "Vamos ter que chegar até lá e fazer o rearranjo do impacto dessa grande diáspora venezuelana através do território brasileiro."

Ele não entrou em detalhes sobre o terceiro eixo de atuação. Limitou-se a dizer que o foco será uma estratégia para atenção básica e saúde da família, em um Estado ainda não definido. 

O futuro ministro da Saúde foi o primeiro a detalhar a pauta prioritária para os cem primeiros dias de governo, como determinou a agenda apresentada na quinta-feira, por Onyx Lorenzoni, da Casa Civil, para a primeira reunião ministerial do governo empossado. 

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