Depois de sofrer uma concussão durante uma partida de futebol, o jovem Rueben Nsemoh, de 16 anos, ficou em coma no Centro Médico de Atlanta, no Estado norte-americano da Geórgia. O garoto acordou depois de três dias, mas deixou os pais assustados ao não se comunicar em inglês e falar apenas em espanhol.
Rueben, que sonha em se tornar jogador profissional, atua como goleiro no time do seu colégio de ensino médio. Esta foi a sua terceira concussão sofrida em partidas de futebol. Desta vez, ao se jogar para defender uma bola, ele recebeu um chute na cabeça e ficou caído no campo. Segundo seu técnico, Bruno Kalonji, Rueben parou de respirar por diversas vezes e ele chegou a acreditar que o garoto não sobreviveria.
"Estava em choque e pânico. Ele então voltava e começava a vomitar. Foi uma sequência de coisas que eu nunca tinha visto antes. Pensei que o perderia ali", conta Kalonji.
Ao canal de TV local WSB-TV, Rueben afirma que antes do acidente, ele falava um pouco de espanhol porque alguns de seus amigos o ensinavam, mas não era fluente na língua. Por isso, acredita que apenas repetia as falas de seu irmão e dos colegas, que sabem falar o idioma. Com o passar dos dias, ele voltou a se comunicar em inglês e aos poucos está perdendo o sotaque espanhol.
Acredita-se que Nsemoh tenha sofrido da Síndrome do Sotaque Estrangeiro, estado que pode alterar o sotaque de uma pessoa após um forte trauma ou derrame cerebral. O primeiro caso reportado dessa condição foi em 1941, quando uma mulher norueguesa passou a se comunicar com sotaque alemão após sofrer lesões por estilhaços de um bombardeio.
Em junho deste ano, Lisa Alamia, moradora do Estado norte-americano do Texas, desenvolveu sotaque britânico depois de ser submetida a uma cirurgia na mandíbula. Já uma motorista de ônibus australiana passou a apresentar sotaque francês como consequência de um forte acidente de trânsito, que também resultou em fraturas nas costas e no maxilar.