Genéricos não reduzem preço de medicamentos de referência

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Por Agencia Estado
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Os preços dos medicamentos genéricos são, em média, 40% menores do que seus equivalentes. No caso específico das drogas para combater a hipertensão arterial, a diferença chega a 90%. Mas a diferença não tem levado à redução nos preços dos medicamentos de referência. As conclusões são do trabalho da pesquisadora Fabiola Sulpino Vieira, do Centro Paulista de Economia da Saúde, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), a partir de uma análise comparativa dos preços de 135 remédios. As cotações foram obtidas entre janeiro de 2000 e junho de 2004. "Em geral, os fabricantes não baixam os preços dos medicamentos de referência por considerarem que esses não sofrem concorrência por parte dos genéricos. Isso ocorre porque eles mesmos produzem os dois tipos de medicamentos, segmentando seu próprio mercado", disse Fabiola. Os resultados do estudo estão no artigo Diferenças de preços entre medicamentos genéricos e de referência no Brasil, publicado na edição de junho da Revista de Saúde Pública. A pesquisa em cima dos preços, obtidos em publicações voltadas para o setor farmacêutico, revela que, em 1% dos casos, os genéricos custavam mais caro do que seus equivalentes tradicionais. Segundo Fabiola, os genéricos também sofrem dura concorrência de similares produzidos por outros laboratórios, o que explica a tendência de barateamento desse tipo de medicamento. Outro ponto que chamou a atenção da pesquisadora foi a diferença de preço entre os genéricos e os medicamentos de referência, que aumentou 68% durante os quatro anos considerados na pesquisa. "Isso mostra que não está havendo a aproximação. Os genéricos estão ficando mais baratos e os de referência, mais caros", disse. A política de medicamentos genéricos foi instituída no Brasil em 1999. Segundo levantamento feito pela Pró Genéricos (associação de fabricantes de genéricos), esses medicamentos respondiam, em maio de 2006, por 13,22% das unidades vendidas no País.

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