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Genéricos podem crescer até 15% com fim do prazo de validade de patentes

Mercado movimenta R$ 5 bilhões, e laboratórios do País preveem mais R$ 1 bilhão a curto prazo

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Por Redação
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BRASÍLIA - Com o fim da vigência de patentes este ano, os fabricantes de remédios genéricos esperam crescer de 10% a 15%. A estimativa é de Odnir Finotti, presidente da Pró-Genéricos, associação que reúne as indústrias farmacêuticas do setor. O mercado movimenta atualmente R$ 5 bilhões, e os laboratórios nacionais estão de olho em um faturamento de R$ 1 bilhão a curto prazo. Finotti garante que as empresas estão preparadas para abastecer as prateleiras das farmácias assim que as patentes expirarem. O genérico deve ser, pelo menos, 35% mais barato que o remédio de marca. “A indústria começa a se preparar dois anos antes do fim da patente”, afirma o presidente. Um estudo da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) indica que 21 patentes devem expirar em 2010. Porém, esse cenário está sempre sujeito a mudanças, já que as indústrias donas das patentes têm buscado a Justiça para prorrogar o tempo de exclusividade de uso das fórmulas. No Brasil, uma patente dura 20 anos. O Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi), do governo federal, considera que a patente começa a valer a partir da data do primeiro registro dela no exterior, o chamado mecanismo pipeline. Em contrapartida, os laboratórios dos remédios patenteados entendem que o prazo deve contar a partir de registros mais recentes. A divergência de entendimento tem provocado disputas judiciais, como ocorreu no caso do Viagra, indicado para tratamento contra impotência sexual. Em abril, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que a patente do remédio vencia em junho deste ano e rejeitou a alegação do laboratório Pfizer de que o encerramento seria em junho de 2011. A determinação permitiu a entrada do genérico do Viagra no mercado brasileiro. Depois dessa decisão, o Inpi estuda agora pedir à Justiça que julgue, de uma única vez, 37 recursos sobre prorrogação de patentes. Para o instituto, o fim das patentes estimula a produção nacional de genéricos, facilita o acesso da população e reduz os gastos públicos com a compra de medicamentos. “Não é combater a patente. Estamos combatendo o abuso do direito à patente, ou seja, usar além do que foi estabelecido pelo governo brasileiro. Isso não traz benefício para o país nem para a população”, justifica o procurador-chefe do Inpi, Mauro Maia.

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