Genes da gripe suína circulavam sem ser detectados há 10 anos

Detectado pela primeira vez no mês passado, o novo vírus já foi confirmado em pelo menos 42 países

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Por Associated Press
Atualização:

Genes que fazem parte do novo vírus da influenza A(H1N1), a gripe suína, podem ter circulado, sem que fossem detectados, por pelo menos uma década em populações de porcos, de acordo com pesquisadores que sequenciaram o genoma de  mais de 50 amostras do vírus.

 

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A descoberta sugere que, no futuro, será preciso monitorar mais de perto os rebanhos suínos para genes de gripe emergentes, diz a equipe liderada por Rebecca Garten, dos Centros para Controle e Prevenção de Doenças (CDC) do governo dos Estados Unidos. O trabalho foi divulgado nesta sexta-feira, 22, no website da revista Science.

 

Detectado pela primeira vez no mês passado, o novo vírus já foi confirmado em pelo menos 42 países e em mais de 11 mil pessoas. Esses números, no entanto, referem-se apenas ao casos submetidos a exames laboratoriais, e autoridades dizem que muitas outras pessoas podem ter sido infectadas.

 

A investigação de como a nova gripe surgiu ficou em segundo plano, por conta da necessidade de tratar os doentes e criar uma vacina. Quase imediatamente, no entanto, o CDC descobriu que o novo vírus vinha de alguns vírus mais antigos de gripe suína - um deles, uma combinação de vírus humanos, aviários e suínos - que misturaram seus genes de modo novo.

 

O estudo publicado nesta sexta-feira lança um olhar mais detalhado sobre o material genético do vírus, e determinou os ancestrais imediatos de todos os oito genes são de origem suína. Isso indica que o vírus pode ter estado circulando nos rebanhos, em alguma parte do mundo, por anos, e até mesmo infectando porcos que não pareciam doentes. 

 

De fato, vírus com genes que mais se parecem com os da nova gripe foram identificados, em média, há dez anos.

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Vírus de gripe de qualquer origem trocam material genético com facilidade entre si. Cada vez que dois ou mais vírus entram em contato com uma espécie, eles têm a oportunidade de se misturar e criar novas variedades que podem ser mais perigosas, ou se transmitir com maior facilidade.

 

O novo trabalho não ajuda a esclarecer onde o novo vírus fez a transição do porco para o homem. Alguns dos ancestrais genéticos vieram de um vírus suíno que atingiu fazendas dos Estados Unidos em 1998. Outros foram rastreados a vírus que infectavam porcos na Europa e na Ásia.

 

No lado bom, o CDC reafirma que nenhum dos genes mostra sinais de virulência extrema.

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