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Governo de São Paulo planeja 'Mais Médicos PHD'

Programa deve estimular profissionais a trabalharem em áreas de periferia e se qualificarem

Por Luciano Bottini Filho
Atualização:

SÃO PAULO - O secretário de Saúde do Estado de São Paulo, Davi Uip, apresentou nesta sexta-feira, 1, o modelo de incentivo à formação para médicos elaborado pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), cumulativo com o bônus de 30% a quem trabalhar na periferia. A medida é uma resposta ao programa do governo federal para enviar médicos a regiões afastadas, mas também prevê estímulos aos profissionais mais qualificados, uma espécie de "Mais Médicos PHD".

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Além do bônus 30%, pela proposta que Alckmin pretende levar para a Assembleia Legislativa, o médico ganhará mais 5% se tiver mestrado, 10% com doutorado e 15% para pós-doutorado. Assim, um profisisonal que for trabalhar na periferia e tiver pós-doutorado poderá ter um adicional de 45%, explica o secretário.

A intenção do governo, segundo o secretário, é ampliar o plano de carreiras também a outros profissionais de saúde, como enfermeiros. "Nós queremos a melhor qualidade e vamos incentivar muito a formação", disse ele, em coletiva durante um evento para celebrar 1 ano de atividade de uma unidade avançada de insuficiência cardíaca, do Hospital Sírio-Libanês, na região central de São Paulo.

A medida de Alckmin é uma iniciativa paralela ao programa Mais Médicos do governo federal, principal bandeira do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, pré-candidato do PT ao governo paulista em 2014, quando o tucano tentará a reeleição.

O governo do Estado também quer implantar uma diferenciação imediata de nível de carreira por tempo de trabalho entre os médicos. Eles teriam três níveis, por antiguidade no serviço público: de até 10 anos, entre 10 e 20 anos e mais de 20 anos.

O novo plano de carreiras e salários dos médicos do Estado, aprovado em janeiro, já prevê essa diferenciação, mas os servidores foram enquadrados todos no nível I, o que gerou reclamações entre os contratados. Com a proposta de Alckmin, eles teriam incorpararão o tempo de carreira imediatamente.

Uip preferiu não comentar a questão sobre o programa Mais Médios, em que 48 dos 601 estrangeiros que vieram ao Brasil pelo projeto não conseguiram passar no Revalida, teste para validação de diplomas expedidos no exterior.

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"Eu não entro nesse mérito. A forma do Estado de São Paulo pensar é aquela eu anunciei: nós estamos em busca da excelência. No nosso projeto o indivíduo entra por meio de concurso. Toda vez que nós possamos viabilizar a sua qualificação, nós vamos incentivar e remunerar por isso", disse o secretário.

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