Governo de SP proíbe lote de mortadela suspeito de contaminação

Medida foi tomada após uma família do interior do Estado consumir o alimento e ser diagnosticada com botulismo; todos precisaram de internação na UTI

PUBLICIDADE

Por Gheisa Lessa e Central de Notícias
Atualização:

Texto atualizado às 19h14.

PUBLICIDADE

SÃO PAULO - A Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo interditou nesta quinta-feira, 23, um lote de mortadela suspeito de ter contaminado a família no interior de São Paulo, diagnosticada com botulismo. A determinação cautelar foi publicada no Diário Oficial nesta manhã. Junto com o alimento, da marca Estrela, foi interditado também um lote de milho verde em conserva, da marca Quero.

As interdições impedem a comercialização dos produtos em todo o Estado de São Paulo e foram deferidas pelo Centro de Vigilância Sanitária do governo do Estado. A proibição da comercialização dos lotes segue, ao menos, até a conclusão das análises das amostras dos produtos recolhidas e encaminhadas ao Instituto Adolfo Lutz, na capital paulista.

As investigações começaram após quatro pessoas de uma mesma família, moradores de Santa Fé do Sul, terem sido diagnosticadas com botulismo. A doença é causada por uma bactéria, a Clostridium botulinum, que normalmente está presente em alimentos mal conservados, principalmente naqueles enlatados, em conserva e embutidos. O último registro da doença em São Paulo foi em 2009, de acordo com a Secretaria da Saúde. Desde o ano de 1997, quando a doença passou a ser de notificação compulsória, o Estado de São Paulo registrou 22 casos, dos quais cinco mortes.

O estadão.com.br entrou em contato com as empresas Estrela e Quero. Em nota, a companhia Estrela disse que não houve saída de produto contaminado da empresa. "Nossa mortadela é um produto de impossível contaminação pelo botulismo, pois é submetida à processo térmico, que garante a segurança contra a presença dessa bactéria que é destruída no cozimento à temperatura de 65 a 80 graus por 30 minutos, além de conter em sua composição sódio, nitrato e nitrito que são inibidores do botulismo. Possuímos rigorosos controles de qualidade em todo processo de produção e todas as certificações exigidas pelo mercado."

A empresa afirmou ter localizado o cliente que vendeu o produto à família. "Por iniciativa própria, foi feita a retenção dos lotes em estoque e o recall dos produtos, sendo que apenas quatro dias após serem adotadas as providências fomos notificados através da imprensa, da suspensão cautelar da venda do lote do produto, o que já havia sido feito voluntariamente." A Estrela aguarda a confirmação da análise da mortadela.

Até às 19h, o estadão.com.br não recebeu posicionamento oficial da empresa Quero.

Publicidade

Entenda o caso. No último domingo, 19, a intoxicação de uma família inteira exigiu uma megaoperação da Polícia Militar. Apresentando sintomas de vômito, diarreia, dificuldade de locomoção e visão embaçada e uma piora rápida do quadro os médicos da região puderam identificar a doença rara. O botulismo só pode ser tratado com um soro específico que é disponibilizado em poucos locais. O mais próximo, neste caso, estava na capital paulista.

Um helicóptero da PM transportou o soro até a família, que estava internada na Unidade de Terapia Intensiva de um hospital da região até a última quarta-feira, 23. Benedito José dos Santos, de 38 anos, Elisete Garcia, de 30, e os filhos Juliana Bruna, de 12, e Cristiano, de 9, continuam em observação em um quarto da Santa Casa local.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.