Governo diz que 'kit intubação' é de responsabilidade dos Estados, mas reforça apoio

Nota da Secom e do Ministério da Saúde destaca requisição de estoques excedentes das indústrias, aquisições internacionais e pregões eletrônicos nacionais

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Por Emilly Behnke e Por Pedro Caramuru
Atualização:

São Paulo - Com o risco de desabastecimento do chamado 'kit intubação' para pacientes com covid-19 em grande parte do País, o governo federal disse hoje que a aquisição desses medicamentos "é de responsabilidade de Estados, Distrito Federal e municípios", mas que, "de forma inovadora", monitora semanalmente a disponibilidade dos remédios em todo território nacional em reforço às ações da unidades federativas. 

A nota conjunta da Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom) e do Ministério da Saúde distribuída na manhã desta segunda-feira, 22, afirma que o governo federal tem atuado "incansavelmente" em diversas frentes. Entre as ações, estariam a requisição dos estoques excedentes das indústrias, aquisições internacionais e pregões eletrônicos nacionais. 

Com a pandemia, Hospital M Boi Mirim, em São Paulo, vira um cenário de guerra. Foto: Fernando Bizerra/EFE

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A alta demanda por serviços hospitalares e o número recorde de pacientes internados por covid-19 levou à escassez do kit, composto por sedativos, anestésicos e bloqueadores musculares. O iminente desabastecimento atinge não só a rede pública, mas também hospitais filantrópicos e a rede privada. 

Na última quinta-feira, 18, o coordenador do tema da vacinação no Fórum Nacional dos Governadores, Wellington Dias (PT-PI), enviou ofício ao presidente Jair Bolsonaro alertando que ao menos 18 Estados só tinham mais 20 dias de cobertura de todos os componentes do kit. O governador explicou que a escassez de medicamentos é resultado do agravamento da crise sanitária que "aflige severamente todas as regiões do País".

"Em relação aos medicamentos do chamado "kit intubação" (IOT), cuja aquisição é de responsabilidade de Estados, Distrito Federal e municípios, o Ministério da Saúde, em reforço às ações das Unidades da Federação, monitora, de forma inovadora toda a rede SUS, semanalmente, desde setembro de 2020, a disponibilidade em todo território nacional e envia informações da indústria e de distribuidores para que Estados possam realizar a requisição", disse o governo federal na nota.

A nota destaca reuniões realizadas nesse fim de semana para avaliar os números de cada Estado e informa que hoje e amanhã haverá novos encontros, "com representantes das indústrias de medicamentos, para alerta e pedido de auxílio, efetivo, nas soluções emergenciais elaboradas com o intuito de salvar vidas".

Risco de desabastecimento

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Nesse domingo, 21, conforme reportagem do Estadão/Broadcast, o Ministério das Relações Exteriores (MRE) foi acionado para iniciar contatos no exterior para facilitar a compra de insumos médicos que compõem o kit intubação

Na quinta, 18, o Ministério da Saúde informou ter requisitado os estoques da indústria de medicamentos usados para intubar pacientes. Segundo a pasta, a ordem de entrega dos fármacos foi feita na quarta, 17, e deve suprir a demanda do Sistema Único de Saúde (SUS) por 15 dias, com 665,5 mil comprimidos. 

O risco de desabastecimento desses medicamentos, além de oxigênio e dispositivos médicos utilizados no País no enfrentamento da pandemia de covid-19, também levou a Anvisa a publicar uma série de medidas de flexibilização de regras na última sexta-feira, 19.