Vacina da febre amarela será exigida para Angola e RD Congo

Diante de surto, medida vale tanto para viajantes procedentes dos dois países africanos ou que embarcarem em direção a eles

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Por Ligia Formenti
Atualização:

BRASÍLIA - O governo brasileiro vai passar a exigir o Certificado de Vacinação contra Febre Amarela para viajantes procedentes ou que embarcam para Angola e República Democrática do Congo a partir do dia 15 de julho. A mudança na regra, determinada pelo Ministério da Saúde, atende a uma recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) e deverá se estender até o fim do surto registrado nos dois países africanos.

Até o momento, foram relatados 2.954 casos suspeitos de febre amarela na região atingida, com 819 confirmações.

O País recebe três voos diretos procedentes de Angola, por semana Foto: Reuters

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"A medida tem como principal objetivo proteger viajantes que vêm ao Brasil durante a Olimpíada, uma vez que boa parte dos brasileiros já está imunizada contra a doença", explicou o coordenador geral de Vigilância e Resposta às Emergências em Saúde do ministério, Wanderson Kleber de Oliveira.

A febre amarela é considerada endêmica no País. Os casos registrados, no entanto, são da forma silvestre da doença. Desde 1942, o Brasil não registra febre amarela urbana.

A decisão da exigência, formalizada nesta quarta-feira, 15, deverá ser agora informada às Embaixadas de Angola e República Democrática do Congo. O comunicado também será encaminhado ao Comitê Olímpico Internacional (COI) e às delegações esportivas dos dois países. A mudança também vale para brasileiros que se destinam às duas nações africanas.

A vacina terá de ser tomada pelo menos 10 dias antes da viagem. Para embarcar, não basta a apresentação da carteira de vacinação. O viajante deverá apresentar o certificado, de modelo internacional.

"O recomendável é que mesmo pessoas vacinadas procurem um posto com antecedência, para verificar se está tudo certo com sua carteira de vacinação e, a partir daí, solicitar o certificado internacional", disse Oliveira.

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A recomendação da OMS paravacinação contra febre amarela mudou. A vacina era considerada válida por um período de até 10 anos. Passado esse prazo, todas as pessoas teriam de se revacinar, caso vivessem ou fossem para áreas de risco da doença. A exigência do reforço, no entanto, foi retirada.

Com a nova regra internacional, basta que a pessoa tenha se vacinado uma vez apenas. No Brasil, no entanto, a regra é mais rígida. Para brasileiros, a recomendação é de que crianças recebam a primeira dose e um reforço, aos 4 anos. Para adultos, o ideal é que a pessoa seja vacinada uma vez e receba umpassado 10 anos.

Oliveira afirmou que o Brasil recebe três voos diretos procedentes de Angola, por semana. Ele afirmou também ser recomendável que turistas que venham para a Olimpíada e depois se destinem a áreas de risco de febre amarela também se vacinem contra a doença, pelo menos 10 dias antes de embarcarem para o Brasil.