Hábito de beber água é fundamental

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Por Agencia Estado
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Sol, céu azul, mar, esse é o cenário imaginado para o verão, a estação mais esperada do ano. As pessoas, principalmente os jovens, correm para as academias em busca de programas de exercícios bem puxados para compensar o tempo perdido. Outros, com menos tempo ou recursos financeiros, aderem a regimes de emagrecimento, fazem caminhadas ou alguma outra forma de se exercitar. O que vale é estar com tudo em cima. Toda essa maratona é realizada em meio às altas temperaturas proporcionadas pela estação. No esforço para ficar com o corpo bem delineado, um detalhe acaba esquecido pela maioria: a hidratação, que nessa época do ano deve ser reforçada, sobretudo pelos atletas de ocasião. Alguns especialistas recomendam que se beba pelo menos dois litros de água no dia-a-dia. "Essa quantidade é para manter as condições biológicas, como bom funcionamento dos órgãos e pressão arterial sob controle", lembra Marisa Helena Coral, presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabolismo. Para quem pratica exercícios, no entanto, a ingestão de líquidos deve ser maior, podendo ser complementada com bebidas isotônicas, que contêm vitaminas e potássio em sua composição. "É importante lembrar que não se deve substituir a água por isotônicos. Eles têm uma finalidade muito específica, voltada para esportistas ou pacientes que necessitam desse tipo de hidratação", avisa Nidia Pucci, diretora do serviço de dietética do Hospital das Clínicas de São Paulo. A nutricionista ainda completa dizendo que a hidratação deve ocorrer antes e depois do exercício. Apesar de muito difundida, a tese de que essa é a quantidade ideal é questionada por alguns especialistas. Para o chefe da Disciplina de Clínica Médica da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Paulo Olzon Monteiro da Silva, estabelecer um determinado número de litros a ser consumido diariamente é como ditar um manual para se viver. Cerveja não mata sede O clínico traz conceitos utilizados na medicina como a homeostase - condição onde o meio interno do corpo permanece dentro de certos limites fisiológicos - e osmolaridade - quantidade de partículas sobre determinado volume de líquido, no caso o sangue. "A quantidade de água a ser ingerida depende de cada indivíduo. Quem transpira muito tem maior necessidade. Fatores climáticos e genéticos estão envolvidos", esclarece o médico. Ele lembra que o organismo possui um mecanismo que avisa sobre a necessidade de líquido: a sede. A água tem grande contribuição na homeostase. Ela é uma das responsáveis pela regulação da osmolaridade do sangue. Quanto menos líquido no corpo, maior será a concentração de partículas no sangue, prejudicando o fluxo necessário para o bom funcionamento do organismo. Da mesma forma, água em excesso poderá deixar a quantidade de partículas muito baixa, tornando o sangue "ralo". Um consenso entre os médicos é quanto aos banhos de sol. As pessoas passam horas se bronzeando na praia ou à beira da piscina e não se preocupam com a baixa umidade do ar e as elevadas temperaturas. Mas esse cenário eleva a perda de água através do suor que, além de eliminar líquido, causa perda de sal. "Isso faz com que a pessoa sinta sede." Nessa estação do ano também é muito comum as pessoas saírem do trabalho direto para os bares. E é difícil resistir a uma cerveja bem gelada no calor. O que as pessoas não sabem é que, em vez de se hidratar, estão acelerando o processo de desidratação. Isso porque a cerveja contém álcool, que inibe os hormônios responsáveis pelo controle da urina. De tal forma que, ao tomar uma garrafa de cerveja, a pessoa vai urinar muito mais do que se tivesse bebido a mesma quantidade de água. "O que realmente mata a sede é água. Qualquer bebida alcoólica terá efeito inverso", avisa o clínico da Unifesp. Cultura As pessoas que durante o verão mantêm a rotina "casa-trabalho-casa" também devem se preocupar com a questão. Apesar de estarem em um país tropical, com temperaturas elevadas e sol em boa parte do ano, os brasileiros não têm o hábito de consumir bastante água. "Realmente não existe essa cultura aqui no Brasil. Mas as pessoas devem ficar atentas, principalmente nessa estação, quando o organismo perde mais líquido por conta do suor", afirma Marisa. "Para quem não consome água, há a possibilidade de substituí-la por sucos ou chás, mas prefira os naturais. Os industrializados possuem muitas substâncias artificiais, como corantes", recomenda Nidia.

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