Haddad troca secretário de Saúde e Padilha assume o cargo

Ex-secretário será candidato a prefeito de Diadema; nome de quem vai assumir pasta de Relações Governamentais não foi divulgado

PUBLICIDADE

Por Ricardo Chapola e Paula Felix
Atualização:

Atualizado às 20h55

PUBLICIDADE

SÃO PAULO - O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), anunciou nesta sexta-feira, 14, o médico Alexandre Padilha como seu novo secretário municipal de Saúde. Padilha, que estava à frente da pasta de Relações Governamentais, vai assumir o posto de José de Filippi Júnior.

A troca, segundo Haddad, foi feita porque Filippi Júnior será candidato a prefeito de Diadema nas próximas eleições. “Ele me garantiu que vai ser candidato, e eu não posso trocar o secretário em abril do ano que vem. Tive de colocar uma pessoa que conduzisse a secretaria até o último dia de 2016.”

O prazo de desincompatibilização é de seis meses antes das eleições – assim, Filippi Júnior poderia exercer a função até abril. A mudança no comando foi revelada na edição de ontem do jornal Folha de S. Paulo.

Questionado sobre quem vai assumir o cargo deixado por Padilha, Haddad disse que já fez uma sondagem e falará sobre o assunto assim que tiver a resposta do convite. Ainda segundo o prefeito, Filippi Júnior continuará no governo. “Ele permanece conosco, na posição que quiser”, disse o petista.

Ex-ministro da Saúde, Padilha foi candidato ao governo do Estado e ficou em terceiro lugar, com 18,22% dos votos. Padilha assume uma das áreas mais problemáticas da gestão Haddad. Reportagem do Estado publicada no dia 2 deste mês mostrou que, faltando um ano e meio para concluir seu mandato, o prefeito executou 6,5% de R$ 1,6 bilhão dos recursos previstos para cumprir as metas no setor. Na época, Filippi Júnior afirmou que o site do Plano de Metas estava desatualizado e que a pasta teria alcançado 15,6%.

Outra promessa de Haddad, a entrega de três hospitais – na Brasilândia, zona norte, em Parelheiros, zona sul, e na Vila Matilde, zona leste – também é um desafio para a gestão. Em fase inicial de obras, o Hospital de Parelheiros deve ser o único entregue à população até 2016.

Publicidade

Cobrança. Diretor do Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp), Gerson Salvador disse que a entidade vai manter as conversas com a secretaria – e também as cobranças. “O sindicato tem uma relação de diálogo, mas de independência em relação aos gestores. Cobraremos boas condições de trabalho para os médicos e melhor atendimento para a população”, disse.

O presidente da Associação Paulista de Medicina (APM), Florisval Meinão, afirmou que o novo secretário tem importantes desafios pela frente. “A saúde não vai bem no País como um todo.” Ele disse acreditar que a resolução de parte dos problemas, tendo em vista a crise financeira, é o foco na atenção primária. “O mais importante é investir na atenção básica. Se ela for eficiente, conseguimos solucionar 80% dos casos e evitar as complicações que causam doenças crônicas e cirurgias.”

Para Antonio Carlos Lima, secretário-geral do Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo (Sindsep), a experiência de Padilha como ministro será fundamental. “Ele teve uma experiência macro e está vindo para a maior cidade do País, que tem a sua complexidade.”

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.