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Hepatite B: casos caem 17% em São Paulo e campanha tenta bater meta de imunização

Cobertura vacinal no Estado ainda está em 85%; doença pode desencadear problemas graves, incluindo câncer

Por Paula Felix
Atualização:

Os casos de hepatite B no Estado de São Paulo caíram 17% no ano passado em relação ao ano de 2015, segundo levantamento da Secretaria de Estado da Saúde. A pasta associa a queda à imunização da população, mas o Estado ainda não bateu a cobertura vacinal de 95% e uma campanha neste mês tenta atingir a meta. O Brasil registrou em 2019 os piores índices de cobertura entre as principais vacinas para bebês, como mostrou o Estadão.

A doença é causada pelo vírus B da hepatite e a infecção pode ocorrer por contato sexual desprotegido, uso de objetos contaminados, como alicates de unha, compartilhamento de seringas, uso de material não esterilizado ao fazer tatuagens ou colocar piercings e também da mãe para o bebê. No ano passado, foram registrados2.564 casos. Em 2015, foram 3.097. A doença é silenciosa e pode desencadear problemas graves, incluindo câncer.

Campanha de vacinação contra hepatite B no Estado de São Paulo busca atingir meta de cobertura vacinal. Foto: Etienne Laurent/EPA/EFE

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"A infecção pode passar despercebida, com evolução de dez a 20 anos, mas o tratamento pode ser feito a qualquer momento e deve ser feito precocemente para não evoluir para fibrose hepática, cirrose e câncer", explica Tatiana Lang D' Agostini, diretora do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE). A doença não tem cura, mas pode ser controlada com medicamentos.

Nas fases graves, o paciente pode apresentar sintomas como fadiga, náuseas, vômitos, falta de apetite, perda de peso e pele e olhos amarelados (icterícia). Tomar a vacina é a melhor forma de evitar a doença. "A vacina é tomada ao nascer e com 2, 4 e 6 meses de vida. Ela está no calendário da criança desde 1998 e, a partir de 2016, passou a ser ofertada para todas as faixas etárias."

A imunização é feita com a vacina pentavalente, que está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) e protege ainda contra difteria, tétano, coqueluche e Haemophilus influenza tipo b (Hib). São aplicadas três doses. O intervalo para a 2ª dose é de um mês após a primeira e, para a terceira, é de seis meses.

"É uma vacina segura usada há décadas e de alcance universal. Com as três doses básicas, não precisa tomar novamente. Se a pessoa perdeu a carteira, o ideal é tentar resgatar esse registro no posto de vacinação. Se não for possível, vai ter de vacinar novamente", diz Núbia Araujo, diretora de Imunização da secretaria.

Governo faz campanha para várias vacinas de crianças e adolescentes

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Segundo Núbia, a cobertura vacinal do imunizante do Estado está em 85%, abaixo da meta de 95%, mas a pasta pretende atingi-la em uma campanha que está sendo realizada neste mês. "Falta pouco. Estamos em uma campanha de multivacinação para crianças e adolescentes menores de 15 anos e esperamos alcançar a meta agora em outubro, que é uma oportunidade de atualizar a carteira de vacinação."

No início do mês, o Estado iniciou uma campanha de vacinação contra a poliomielite e vai oferecer outros 13 imunizantes para atualizar a caderneta de crianças e adolescentes de até 14 anos. A mobilização será realizada até o dia 30 e o dia D será no próximo sábado, 17.

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