Hospitais criam alas exclusivas para pacientes infectadas

Maternidades testam gestantes e acompanhantes antes do parto

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Por Fabiana Cambricoli e Paula Felix
2 min de leitura

Para oferecer mais segurança ao bebê neste momento da pandemia do novo coronavírus, profissionais de saúde e demais pacientes, algumas maternidades estão testando gestantes e acompanhantes dias antes da data provável do parto. O exame possibilita separar em alas diferentes gestantes infectadas das que testaram negativo para covid-19.

“A gente testa todas as pacientes e acompanhantes. Quando o convênio não cobre, a gente arca com o teste. Existe um andar só para casos de covid, a sala é preparada e todos usam EPI (Equipamento de Proteção Individual)”, comenta Marcia Costa, diretora médica do Hospital e Maternidade São Luiz Itaim.

“Depois do parto, a mãe e o bebê ficam em alojamento conjunto com berço a dois metros de distância. A coleta do exame no bebê é feita seis horas após o nascimento." Na saída da maternidade, a equipe de controle de infecção hospitalar dá orientações para a mãe que foi infectada pelo vírus e ela continua recebendo ligações até 15 dias após o parto para que o hospital possa monitorar a evolução do caso.

Hospital Israelita Albert Einstein Foto: LUIZ CLAUDIO BARBOSA/FUTURA PRESS

O Hospital Israelita Albert Einstein também testa todas as gestantes, de dois a três dias antes da data provável do parto. O exame é pago pelo hospital e, quando o resultado vem positivo, a paciente é encaminhada para um setor exclusivo. "O centro obstétrico e o centro de parto natural estão dedicados somente a gestantes que não têm covid.

Já aquelas que testam positivo fazem o parto em uma sala do centro cirúrgico que adaptamos para isso, com pressão negativa e filtro que reduz o risco de contaminação para profissionais de saúde e para o acompanhante", explica Linus Pauling Fascina, gerente do Departamento Materno Infantil do Albert Einstein. Os quartos de internação para gestantes com covid também ficam em ala separada e contam com a mesma tecnologia que reduz o risco do vírus se disseminar.

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O especialista diz que o centro cirúrgico voltado para gestantes com covid está preparado para fazer também partos normais. A modalidade, inclusive, vem crescendo no hospital após a pandemia. "Aprendemos ao longo da pandemia que, mesmo para gestantes com covid, o parto normal é melhor. Procedimentos cirúrgicos estão associados a mais riscos", afirma. O porcentual de partos normais realizados na instituição passou de 33% antes da pandemia para atuais 40%.

O hospital inicialmente proibiu as visitas, mas agora tem horários reduzidos e número limitado de visitantes. Fotógrafos e doulas foram treinados pela instituição quanto a procedimentos de segurança.

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