Hospitais privados precisam de crédito para cenário 'muito difícil' em 2020, diz associação

Presidente de conselho da Anahp diz que houve queda de cirurgias eletivas e de exames de diagnóstico

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Por Mateus Vargas
Atualização:

BRASÍLIA - Mesmo diante da crise econômica causada pelo avanço da covid-19 no Brasil, hospitais privados mantêm saldo positivo de empregos em 2020. Estas instituições, no entanto, também foram atingidas e o setor busca acesso a linhas de créditos do governo.

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De janeiro a abril de 2020 foram geradas 4,7 mil vagas entre os associados à Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp), maior entidade do setor. As contratações foram feitas principalmente para repor postos de funcionários afastados pela covid-19 ou por serem de grupo de risco. 

"Nosso setor, no ano passado, teve aumento de 13% de contratações. Neste ano, não estamos demitindo, mas a situação financeira dos hospitais está sendo bastante atingida. Todos os hospitais estão sofrendo bastante", disse Eduardo Amaro, presidente do Conselho Administrativo da Anahp.

Hospital Sírio Libanês, em São Paulo. Foto: Daniel Teixeira/Estadão

Amaro explica que a ocupação dos hospitais se mantém em patamares normais, mas houve queda de cirurgias eletivas e exames de diagnóstico, por causa de medidas de distanciamento social e de preparo da rede de atendimento para a pandemia. 

"Solicitamos empréstimos ao BNDES para ter mais capital de giro. Cada associado procura maneiras de ter crédito para suportar a crise", afirmou. Ele disse que os valores dos empréstimos ainda "estão em estudo". 

Governo

Amaro afirma que não cabe à Anahp opinar sobre trocas no Ministério da Saúde. O presidente Jair Bolsonaro busca um terceiro nome ao cargo, após o oncologista Nelson Teich se demitir na última sexta-feira, 15.

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O presidente do Conselho da Anahp diz que a entidade defende o distanciamento social e orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre a crise. 

A entidade também não endossa o discurso do presidente Bolsonaro sobre uso da cloroquina. Amaro afirma que não há "bala de prata", quando questionado se o uso precoce da droga pode auxiliar no tratamento da covid-19.

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