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Itália decreta toque de recolher em municípios atingidos por coronavírus

Até o momento, dois cidadãos morreram pela causa nas regiões de Veneto e Lombardia; país confirma 132 casos da doença

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Por Redação
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Roma - A Itália decretou toque de recolher em municípios em que casos de coronavírus foram confirmados. As cidades que são alvo do decreto que impede a mobilidade de sua população são: Casalpusterlengo, Codogno, Castiglione d'Adda, Fombio, Maleo, Somaglia, Bertonico, Terranova dei Passerini, Castelgerundo e Sanfiorano, na região da Lombardia e onde vivem cerca de 50.000 pessoas e Vo 'Euganeo, em Veneto, com 4.000 habitantes.

Pessoas usam máscaras protetoras em supermercado de Casalpusterlengo, uma das cidades colocadas sob bloqueio devido ao novo surto de coronavírus Foto: Paolo Salmoirago/EFE/EPA

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Além de cancelar alguns eventos públicos nas regiões de Veneto e Lombardia, como estão todos programados para o futebol italiano da Série A (Inter-Sampdoria, Atalanta-Sassuolo e Verona-Cagliari), também foi decidido suspender a partida Torino-Parma. O carnaval, que atrai dezenas de milhares de visitantes para a cidade da lagoa, seria celebrado na terça-feira, 25.

O famoso carnaval de Veneza foi cancelado na tentativa de cancelar a propagação do vírus. "A ordenança é imediatamente operacional e entrará em vigor à meia-noite '', anunciou a governadora regional de Veneto, Luca Zaia, cuja área inclui a cidade. 

Uma pessoa mascarada e fantasiada nas ruas de Veneza, perto da praça San Marco, durante o Carnaval de Veneza Foto: Abir Sultan/EFE/EPA

O número de diagnosticados com coronavírus em quatro regiões do norte da Itália é de 132. A confirmação se deu após 3.000 pessoas suspeitas da doença terem ido analizadas, conforme afirmou neste domingo, 23, o chefe da Proteção Civil italiana, Angelo Borrelli. Até agora, a Proteção Civil confirmou a morte de duas pessoas devido à doença em Veneto e na Lombardia.

A maioria dos casos está registrado na região de Lombardia, com um total de 89 pessoas, seguidos pelas 24 registradas em Veneto (dois desses na cidade de Veneza). Da mesma forma, os infectados em Piacenza aumentaram para nove, na região vizinha de Emilia Romagna, enquanto há seis positivos em Piemonte. Além de mais dois, neste caso turistas chinses, que foram diagnosticados há alguns dias em Lácio. 

Do total de infectados, "54 são internados em hospitais, 26 em unidades de terapia intensiva e 29 em isolamento domiciliar", acrescentou Borrelli durante uma breve aparição diante da mídia para atualizar os dados.

Lombardia também anunciou o fechamento durante a próxima semana de todas as escolas, universidades e a suspensão de eventos públicos e atividades comerciais nas quais é a área mais rica do país.

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Borrelli explicou que ainda não foi possível localizar quem é o chamado "paciente zero" que espalhou o vírus, de modo que "é difícil prever qual será a disseminação". Ao que parece, é analisada a possibilidade de que a origem das infecções seja um italiano de 38 anos que, a princípio, acreditava-se ter sido infectado ao jantar com um amigo que estava na China e retornou deste país em 21 de janeiro. No entanto, o vice-ministro da Saúde, Pierpaolo Sileri, confirmou no sábado que o suposto "paciente zero"  nunca teve o vírus.

O chefe da Proteção Civil italiana anunciou que já existem "milhares de camas" disponíveis em dezenas de quartéis militares na Itália, caso seja necessário declarar uma quarentena. Borrelli explicou que o Exército disponibilizou às autoridades 3.412 camas, enquanto a Força Aérea, cerca de 1.750 e que estão sendo feitos contatos para o uso de hotéis, se necessário./EFE, AP

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