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Japoneses criam primeiros espermatozoides em laboratório

Pesquisadores da Universidade de Yokohama acreditam que, no futuro, técnica pode auxiliar no tratamento da infertilidade em homens

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Por Redação
Atualização:

SÃO PAULO - Pesquisadores japoneses conseguiram criar em laboratório os primeiros espermatozoides de animais mamíferos. A técnica, publicada na edição desta quarta-feira, 23, da Nature, era dada até então como impossível. Os cientistas acreditam que a descoberta pode ajudar a revelar como se dá a formação dos espermatozoides e, no futuro, auxiliar no tratamento da infertilidade em homens.

 

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Takehiko Ogawa e seus colegas da Universidade de Yokohama descobriram que a chave para a obtenção dos espermatozoides através da meiose estava em uma simples mudança das condições de cultura. "O relatório é muito emocionante, pois representa o cumprimento de uma meta defendida por muitos biólogos durante muitos anos", diz Mary Ann Handel, especialista em genética reprodutiva no Laboratório Jackson, em Bar Harbor, nos Estados Unidos.

 

Por tentativa e erro, a equipe observou quais métodos de cultura permitiram que o esperma retirado de fragmentos de testículos dos camundongos amadurecessem. Para acompanhar o desenvolvimento dos espermatozoides, eles usaram uma proteína fluorescente que marcou células que passavam - ou já haviam passado - pela meiose.

 

Ali Honaramooz, biólogo reprodutivo da Universidade de Saskatchewan, em Saskatoon, no Canadá, diz que a técnica poderia ajudar os meninos pré-púberes prestes a passar por terapias contra o câncer, por exemplo, que destrói a fertilidade. A descoberta também poderia proteger o potencial reprodutivo de animais em extinção que morrem antes da maturidade sexual, acrescenta.

 

O procedimento também será útil para estudar os eventos moleculares subjacentes à produção de esperma, diz Martin Dym, biólogo celular da Universidade de Georgetown em Washington. Mas, antes que a técnica possa ser usada em tratamentos para a infertilidade masculina, os investigadores terão de gerar milhões de espermatozoides e traduzir o trabalho para as condições humanas, ele ressalta.

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