Justiça da Holanda decide que menino de 12 anos pode se recusar a fazer quimioterapia

Garoto teme efeitos colaterais do tratamento e prefere medicina alternativa; para psiquiatra, ele está sendo racional

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Por Redação
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ALKMAAR - Um tribunal de Alkmaar, no oeste da Holanda, decidiu que um garoto de 12 anos não pode ser obrigado a se submeter a uma quimioterapia para tratar um câncer. Segundo o jornal espanhol El País, David fez sessões de radioterapia após uma operação para retirar um tumor cerebral. Em seguida, teria que passar para a fase farmacológica a fim de evitar o crescimento das células cancerígenas. No entanto, o menino teme os efeitos colaterais e prefere a medicina alternativa. 

A exceção respaldada pela lei indica que a essa idade os adolescentes também podem tomar decisões sobre seu futuro médico Foto: DarkoStojanovic/Pixabay

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Ainda de acordo com El País, depois que um psiquiatra constatou que o garoto entende sua situação e é capaz de tomar uma decisão racional, o juiz decidiu a favor do menino e o permitiu recusar a quimioterapia.

Conforme a reportagem, os pais de David são divorciados e se dividem quanto à postura do filho. Enquanto o pai deseja que o menino continue com a quimioterapia, a mãe prefere curas alternativas, fora da medicina tradicional.

Justiça. Diante da situação, órgãos de serviços sociais tiraram o menino de casa, e o pai os processou para conseguir que seu filho aceitasse o tratamento.

Na avaliação do psiquiatra que tratou David, o garoto "tem uma vontade tremenda de viver apesar de também pensar na morte". "O que o faz rechaçar a quimioterapia são as consequências para sua qualidade de vida." 

Na sentença, o juiz afirmou, segundo o jornal espanhol, compreender as dúvidas e temores do pai. "No entanto, tendo em conta o desejo do menor, entre 12 e 15 anos, é necessário prosseguir com outros métodos médicos", decidiu o magistrado. "Não é possível se impor a sua vontade."

A exceção respaldada pela lei indica que a essa idade os adolescentes também podem tomar decisões sobre seu futuro médico. E assim foi no caso de David.

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