Justiça Federal do Rio determina que Ministério da Saúde substitua direção do Hospital de Bonsucesso

Juíza afirma que há 30 leitos de UTI prontos e 14 respiradores parados no Hospital de Bonsucesso

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Por Mariana Durão
Atualização:

RIO - A Justiça Federal do Rio intimou o Ministério da Saúde a substituir a direção do Hospital Federal de Bonsucesso por omissão no enfrentamento da pandemia da covid-19. Na decisão do último dia 30 a juíza Carmen Silvia Lima de Arruda, da 15ª Vara Federal, acusa a direção da unidade de negligência na criação de um plano de contingência e pede que o ministério diga como o hospital- e outras unidades de saúde federais - deve procederem relação aos equipamentos ociosos. 

A magistrada afirma que há 30 leitos de UTI prontos e 14 respiradores parados no Hospital de Bonsucesso, sob alegação de falta de pessoal, muitas vezes dispensados sem a realização de testagem para a doença. Enquanto isso, há quase mil pacientes na fila de espera por um leito, segundo informações da Secretaria Municipal de Saúde do Rio. 

Há quase mil pacientes na fila de espera por um leito, segundo informações da Secretaria Municipal de Saúde do Rio. Foto: Alexandre Brum/Estadão

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No último dia 22 de abril a juíza havia determinado que todos os hospitais federais do Rio- Andaraí, Bonsucesso, Cardoso Fontes, Ipanema, Lagoa e Servidores -passassem a ceder seus leitos livres por meio do Sistema Nacional de Regulação. 

O processo foi aberto pela Defensoria Pública da União. Uma nova audiência está marcada para a próxima terça-feira, 5, quando o Estado do Rio deverá apresentar o resultado de auditorias nos demais hospitais e institutos federais, com indicação da quantidade de leitos vazios e da quantidade de respiradores disponíveis.

A juíza também intimou o Comandante do Comando Militar do Leste a apresentar um relatório detalhando os insumos e outros itens necessários à abertura de hospitais de campanha, com cronograma de detalhado. Além disso, deverá informar se houve óbitos de soldados e tropa do Rio de Janeiro com covid-19.

Ela requer ainda que os diretores dos hospitais do Exército, Marinha e Aeronáutica esclareçam se estão sendo realizadas cirurgias eletivas nestes hospitais, se há pacientes internados com a doença, se houve mortes, quantos leitos estão preparados para atendimento de pacientes com o novo coronavírus e qual a sua taxa de ocupação. 

O Estado procurou o Ministério da Saúde e aguarda o retorno.

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