06 de maio de 2011 | 19h47
CABO CANAVERAL - A Nasa decidiu na sexta-feira adiar novamente, pelo menos até o dia 16, o lançamento do ônibus Endeavour com direção à Estação Espacial Internacional, disseram autoridades.
O voo, penúltimo da era dos ônibus espaciais, já havia sido adiado uma vez, e a missão está suspensa desde 29 de abril por causa de um problema surgido em um gerador auxiliar de energia, detectado quatro horas antes do momento previsto para a decolagem.
Funcionários consertaram o gerador defeituoso e estão testando os muitos sistemas da nave relacionados à corrente elétrica. Inicialmente, a Nasa pretendia fazer o lançamento no domingo, mas o trabalho de verificação não pôde ser concluído, e por isso a data foi revista para terça-feira, o que também era otimista demais.
Os engenheiros não conseguiram determinar a causa do defeito no gerador auxiliar, e substituíram toda a fiação externa por precaução. Esse trabalho adicional fez com que na sexta-feira um porta-voz anunciasse que antes de 16 de maio será impossível lançar a nave.
Além disso, os gestores da Nasa decidiram acrescentar mais dois dias à missão, que inicialmente teria 14 dias. O ônibus levará à Estação o detector de partículas chamado Espectrômetro Magnético Alfa, de 2 bilhões de dólares, além de peças de reposição para a Estação.
A Nasa teria até 26 de maio para lançar o Endeavour; depois disso, outras circunstâncias levarão a decolagem a ser adiada para junho, atrasando também o lançamento do ônibus espacial Atlantis. O único dia em que a nave não poderá ser lançada é dia 21 de maio, pois não será possível atracar à ISS no dia 23.
Após esse voo, a Nasa realizará outra missão, com o ônibus Atlantis, em meados do ano, e depois disso a frota de ônibus espaciais será aposentada, após 30 anos em atividade.
A missão. A nave deve chegar à ISS dois dias depois do lançamento para uma estadia que deve durar de 14 a 16 dias. Dezesseis nações são parceiras no projeto da Estação Espacial de US$ 100 bilhões.
O plano da Nasa depois do fim do programa de ônibus espaciais é fazer com que os astronautas americanos sejam transportados até a Estação Espacial Internacional por meio da nave Soyuz, da Rússia, talvez até a metade da atual década (o serviço prestado pela Rússia custa US$ 51 milhões por astronauta para os Estados Unidos). Eventualmente eles pretendem contar com naves europeias e japonesas também. Depois, a Nasa deve começar a usar os serviços de companhias privadas nas suas viagens para o espaço. Atualmente as empresas particulares cobram US$ 63 milhões por passagens para 2014.
Além disso tudo, a Endeavour ainda leva para a ISS um aparelho de US$ 2 bilhões que os cientistas esperam que esclareça parte dos mistérios envolvidos na chamada matéria escura. O aparelho é chamado Espectrômetro Alfa Magnético (AMS) e deverá analisar raios cósmicos de alta energia, sendo o primeiro a olhar detalhadamente para esse tipo de matéria no espaço.
Além de instalar o AMS do lado de fora da ISS usando braços robóticos, a equipe da Endeavour tem quatro caminhadas espaciais planejadas para ajudar a Estação Espacial a se preparar para o fim do programa de ônibus espaciais.
O ônibus também entrega uma plataforma carregada com grandes peças de reposição, na esperança de manter a estação em funcionamento por mais 10 anos. O carregamento inclui duas antenas de comunicações de banda-S, um tanque de gás de alta pressão, o sistema robótico canadense Dextre e escudos para proteger a ISS de micrometeoritos.
Após o retorno do Endeavour, as atenções da Nasa se voltarão para o lançamento do Atlantis. Esse será o 135º e último lançamento de ônibus espacial da agência espacial norte-americana.
Veja também:
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.