Maior parte das vítimas da chikungunya tem mais de 50 anos

Doença tem potencial alto para provocar inflamações; na fase aguda, as mortes podem ocorrer por insuficiência renal, problemas neurológicos e cardíacos

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Por Ligia Formenti
Atualização:
Doença é transmitida pela picada do 'Aedes aegypti' Foto: REUTERS/James Gathany/CDC

O maior número de mortes por causa da chikungunya ocorre entre pessoas com mais de 50 anos, afirma o professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Carlos Brito. Mas há relatos também de casos de mortes entre crianças. Os óbitos podem ocorrer tanto na fase aguda da doença quanto por descompensação de doenças que o paciente já apresentava. 

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“O chikungunya tem um potencial muito alto de provocar inflamações. Na fase aguda, as mortes podem ocorrer por insuficiência renal, problemas neurológicos, problemas cardíacos”, diz. O epidemiologista André Ricardo Ribas Freitas, da Sociedade Brasileira de Dengue e Arborivorose, acrescenta haver casos também de morte por infecções de pele - algo raro, em condições gerais.  Até agora, a maior parte das mortes ocorre em pacientes que já apresentavam problemas anteriores. 

“A infecção acaba levando a uma descompensação de doenças respiratórias, circulatórias, renais”, conta Brito. Não se sabe o que leva o chikungunya ter esse potencial de agravar ainda mais doenças que já estão presentes no paciente. “Essa é a resposta que todos buscam”, afirma Freitas. 

Brito alerta para a necessidade de que serviços de saúde sejam capacitados para atender pacientes com o vírus de forma adequada. Para ele, o principal é ficar atento a sinais de alarme para chikungunya. Na fase aguda da doença, logo nos primeiros dias, os sinais de agravamento são alteração do quadro neurológico, dores de cabeça persistentes, perda de força nos membros, sonolência, alteração do ritmo respiratório. “Mas os problemas podem ocorrer duas, três semanas depois da fase aguda.” 

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