Maioria defende que infectadas por zika não devem abortar
Datafolha apontou que 58% dos brasileiros são contra interrupção de gravidez; à 'Rádio Estadão', ministro defende 'legalidade'
Por Redação
Atualização:
SÃO PAULO - Para 58% da população brasileira, mulheres infectadas pelo vírus zika não deveriam ter permissão para abortar. A maioria também mantém a postura mesmo em casos de confirmação de que o bebê terá microcefalia (51%), a má-formação no cérebro de recém-nascidos.
Esse é o resultado de uma pesquisa do Datafolha divulgada nesta segunda-feira, 29. A defesa do direito ao aborto nestes casos foi feita por 32% dos entrevistados, e 10% não opinaram. A rejeição ao aborto é maior entre mulheres (61%, ante 46% dos homens).
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Estudos recentesreforçam as evidências de que a epidemia de zika pode estar associada ao surto de casos de bebês nascidos com microcefalia no Brasil. Um grupo de estudiosos de questões ligadas às mulheres, o Instituto Anis, já afirmou que pretende apresentar em até dois meses uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para permitir a legalização do aborto decorrente de contágio pelo vírus zika. O processo deverá pedir à Corte que conceda o direito às gestantes de interromper a gravidez caso tenham sido infectados pelo vírus que pode causar, entre outras doenças, microcefalia nos fetos.
Nesta segunda-feira, 29, o ministro da Saúde Marcelo Castro disse, em entrevista à Rádio Estadão, que a posição do ministério é a da "defesa da legalidade". "Nós somos agentes públicos e cabe a nós não fazer as leis, mas aplicá-las. E as leis brasileiras não permitem o aborto nesses casos de microcefalia. É permitido no caso de anencefalia, no caso de estupro e no caso de perigo de vida iminente da mãe. O Supremo Tribunal Federal vai julgar sobre isso. É um debate que a sociedade está fazendo", disse.
7 perguntas e respostas sobre a microcefalia
1 / 77 perguntas e respostas sobre a microcefalia
O que é microcefalia?
É uma má-formação congênita em que a criança nasce com o perímetro cefálico menor do que o convencional, que é de 32 centímetros. Isso significa que o... Foto: REUTERS / Ueslei MarcelinoMais
O que a microcefalia pode causar ao recém-nascido?
O recém-nascido pode morrer ou apresentar sequelas graves, como dificuldade de visão e audição, além de retardo mental. Foto: EFE/Percio Campos
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico é feito por meio da medida do perímetro cefálico. Quando há microcefalia, o perímetro é menor do que o normal, geralmente inferior a 32 ... Foto: AP Photo / Felipe DanaMais
É possível detectar a microcefalia no pré-natal?
Sim, é possível fazer o diagnóstico por meio de exames de imagem. Foto: Ueslei Marcelino/Reuters
O que provoca o problema?
As causas clássicas são infecções da mãe durante a gestação por herpes, sífilis, toxoplasmose e citomegalovírus. A explosão nos indicadores é atribuíd... Foto: Percio Campos/EFEMais
Existe tratamento para a microcefalia?
Quando a má-formação não está relacionada a causas infecciosas, é possível realizar uma cirurgia. Nesses casos, as crianças devem ser acompanhadas ao ... Foto: EstadãoMais
Há um período de maior risco para a microcefalia?
Embora não haja confirmação, especialistas consideram que o risco é maior quando a infecção ocorre no primeiro trimestre da gestação. Esse é o período... Foto: REUTERS / Ueslei MarcelinoMais