SÃO PAULO - A pandemia do novo coronavírus fez com que pessoas com habilidade na costura colocassem as máquinas para trabalhar. Esse é o caso da artesã Claudia Rossetti. Ela é funcionária do Poupatempo, mas está afastada. No começo, fez uma máscara de tecido para o filho, enfermeiro, se proteger no trajeto de casa ao hospital. Depois, confeccionou máscaras para família e postou a fotos nos grupos dos quais participa em redes sociais. Resultado: em uma semana já fez 30 máscaras para vender e tem uma encomenda de mais 15 para entregar até esta sexta. Cada máscara custa R$ 15.
“Estou ganhando um dinheirinho, graças a Deus”, diz Claudia. O início da confecção das máscaras de pano coincidiu com o desemprego do marido, que era vendedor de vidro numa indústria. Ela conta que o salário dele era a base da receita da casa. Com o isolamento social, ele não conseguiu dar entrada no seguro desemprego. O que está dando um fôlego financeiro para a família nesse período de vacas magras é a venda de máscaras. Ela atende aos pedidos feitos pelas redes sociais e o marido se encarrega de entregá-las.
Claudia diz que pesquisou na internet para verificar o modo correto de confeccioná-las (tecido, tamanho, etc) e até contou com o apoio de uma biomédica que informalmente avalizou sua iniciativa. Ela investe em máscaras coloridas, mas, diante do isolamento social, tem tido dificuldade de encontrar tecidos diferentes. “Me pedem muito tecido de camuflagem.”
Assim como Cláudia, a dentista Hericka Caldas colocou a máquina de costura para trabalhar. Entrou na internet, viu os tutoriais e os moldes e, desde o fim de semana, já fez oito máscaras de pano para doar aos moradores de rua que vivem perto do seu consultório no bairro paulistano do Paraíso. “Gosto de costurar, normalmente faço coisas para mim”, diz a dentista. Mas, neste caso, a solidariedade falou mais alto e ela está tentando com a doação de máscaras reduzir o risco daqueles que não têm nenhuma proteção.