Médico de Serra Leoa morre com Ebola em hospital dos EUA

Martin Salia contraiu o vírus quando trabalhava em seu país; segundo centro médico, seu estado era grave quando foi internado

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

OMAHA - O cirurgião Martin Salia, que contraiu Ebola quando trabalhava em sua terra natal, Serra Leoa, morreu nesta segunda-feira, 17, quando recebia tratamento em uma ala especial de um hospital do Nebraska. Segundo o porta-voz do Nebraska Medical Center, Taylor Wilson, o médico morreu em decorrência da doença por volta das 4h, no horário local (8h, em Brasília). 

PUBLICIDADE

"O doutor Salia estava em estado extremamente crítico quando chegou aqui e, infelizmente, apesar de nossos melhores esforços, não conseguimos salvá-lo", disse o doutor Phil Smith, diretor médico da unidade de isolamento.

Salia foi internado no sábado, 15, no hospital, onde outros dois pacientes de Ebola receberam tratamento e se recuperaram. Mas os sintomas eram graves quando ele chegou. O cirurgião já estava com falência dos rins e respiratória, informou o hospital. Ele passou pelo processo de diálise e respirava com o auxílio de aparelhos, além de receber vários medicamentos para dar suporte a seu organismo.

Martin Salia foi internado no último sábado em um hospital no Estado do Nebraska Foto: Mike Dubose/United Methodist/The New York Times

"Usamos todos os tratamentos possíveis para dar ao doutor Salia a oportunidade de sobreviver", disse Smith. "Como aprendemos, o tratamento precoce desses pacientes é essencial. No caso dele, a doença já estava extremamente avançada quando ele chegou aqui para ser tratado."

O Ebola já matou mais de 5 mil pessoas no oeste da África, a maioria na Libéria, na Guiné e em Serra Leoa. Outros cinco médicos de Serra Leoa contraíram a doença, mas todos morreram.

Salia, de 44 anos, trabalhava como cirurgião geral no Hospital Kissy United Methodist na capital de Serra Leoa, Freetown. Não estava claro se ele estava envolvido no cuidado de pacientes com Ebola. O Kissy não é uma unidade de tratamento para a doença, mas o médico trabalhava em pelo menos outras três instituições médicas.

O cirurgião, cidadão de Serra Leoa que vivia em Maryland, apresentou sintomas de Ebola pela primeira vez em 6 de novembro, mas os exames deram negativo para a doença. Outro teste, realizado no dia 10 de novembro, mostrou que ele tinha contraído o vírus./AP

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.