Médicos agiram dentro da lei em caso de aborto, diz Secretaria

Profissionais interromperam a gestação de uma menina de 9 anos que havia sido violentada pelo padrasto

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Por Agência Brasil
Atualização:

A coordenadora do Programa de Combate à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes da Secretaria Especial de Direitos Humanos, Leila Paiva, declarou que os médicos cumpriram o que determina a lei quando optaram por interromper a gestação da menina de 9 anos que foi violentada pelo padrasto no interior de Pernambuco.   Veja também: Jornais do mundo falam sobre caso de excomunhão e aborto Lula critica excomunhão de médicos por aborto em menina  Igreja excomunga envolvidos em aborto de menina estuprada  Equipe médica excomungada diz que não está arrependida  Entenda o que dizem o Direito Canônico e o Código Penal  Opine: qual ética o médico deve seguir nestes casos?   "Essa (a realização do aborto) inclusive é a orientação que nós damos quando alguém procura o Disque 100 nesta situação (estupro e risco de vida para a mãe). Mas claro que nós não obrigamos ninguém a fazer isso, as pessoas vão decidir de acordo com convicções religiosas", afirmou.   Leila afirmou que a decisão da Igreja Católica de excomungar os médicos que optaram pelo aborto é uma questão de dogma. Entretanto, do ponto de vista legal, ela não vê sentido em excomungar alguém que tenha cumprindo a lei.   A coordenadora também ressaltou que a atitude dos médicos foi correta do ponto de vista da saúde já que havia a necessidade de proteger a criança.   A gravidez da menina foi interrompida na última quarta-feira, 4, quando os médicos ministraram a ela medicamentos para interromper a gestação de gêmeos. O arcebispo de Olinda e Recife, dom José Cardoso Sobrinho, decidiu na quinta-feira, 5, excomungar os médicos e a mãe da menina pela decisão. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) ainda não se pronunciou sobre o assunto.

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