Médicos aprovam WhatsApp para falar com paciente

Estudo da Associação Paulista de Medicina revela que 85% dos profissionais são favoráveis ao uso de ferramentas de mensagem

PUBLICIDADE

Por Paula Felix
Atualização:
Por consulta presencial,Pereira só permite a troca de mensagens para tirar dúvidas pontuais Foto: Werther Santana/Estadão

SÃO PAULO - Os médicos já aderiram às novas tecnologias para falar com os pacientes e aprovam essas ferramentas, mas querem manter o atendimento presencial. Foi o que apontou levantamento feito pela Associação Paulista de Medicina (APM) que mostrou que 85% dos profissionais são favoráveis à adoção de ferramentas de mensagem instantânea, como o WhatsApp. Além disso, 84,6% usam ferramentas de TI para otimizar o tempo de consulta ou observar os pacientes, mas 57,9% são contrários às consultas a distância.

PUBLICIDADE

“Há um grande desafio dessas novas tecnologias para que não afastem o médico do paciente e para que o médico não fique preso ao computador. Também precisa de uma regulamentação para o uso. Os médicos usam muito o WhatsApp para se relacionar com o paciente, mas o que é falado não fica registrado do prontuário do paciente. Isso se perde”, explica Antonio Carlos Endrigo, diretor de TI da APM.

Neurologista e presidente do conselho curador do Global Summit Telemedicine & Digital Health (evento que vai discutir o tema em abril de 2019), Jefferson Fernandes diz que a telemedicina já é uma realidade. “É necessário ter esse avanço, tanto o sistema público como o suplementar, porque é algo que não tem volta. Não podemos deixar de oferecer para as pessoas o que a Medicina tem de benefício para elas.”

Neurocirurgião dos hospitais Beneficência Portuguesa e do Sírio Libanês, Júlio Pereira até se comunica com seus pacientes, mas aposta no diálogo com os pacientes para evitar o uso indevido da ferramenta. “Especifico que é para uma dúvida pontual, para ter uma orientação. Para leitura de laudos e exames, a consulta é indispensável”, afirma ele. 

Regulamentação

O Conselho Federal de Medicina (CFM) regulamentou, em 2002, uma resolução que classificou a telemedicina como exercício da profissão de médico. 

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.