Médicos de SP anunciam suspensão do atendimento a planos na segunda-feira

Consultas agendadas serão canceladas no Estado de São Paulo; cirurgias e atendimentos de emergência não serão afetados

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Por Fabiana Cambricoli
Atualização:

Atualizado às 20h.

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SÃO PAULO - Médicos, dentistas, fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais do Estado de São Paulo vão suspender o atendimento a clientes de planos de saúde durante a próxima segunda-feira, 7, em protesto contra as operadoras e por maior fiscalização da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

A ação, lançada nesta sexta-feira,  4, por entidades médicas paulistas, vai afetar apenas as consultas agendadas. "Recomendamos aos médicos que atendam normalmente emergências e cirurgias porque nosso objetivo não é prejudicar o paciente", diz Florisval Meinão, presidente da Associação Paulista de Medicina. Ele recomenda aos pacientes que reagendem as consultas marcadas para a data.

Como parte da campanha contra as operadoras, a entidade vai disponibilizar um canal de atendimento para que médicos e pacientes façam reclamações contra os planos de saúde. O contato pode ser feito por meio do telefone 0800 173 313.

A categoria agendou para o dia da suspensão do atendimento uma ação de doação de sangue na sede da APM em que participarão médicos e outros profissionais de saúde.

Representante de 31 operadoras de saúde, a Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde) afirmou que suas afiliadas estão preparadas para garantir o atendimento médico aos seus beneficiários. Disse ainda que, "no acumulado dos últimos cinco anos, o reajuste dos prestadores de serviço foi de 50%, superior à inflação do período, que foi de 31%". A APM diz, no entanto, que, desde 2005, o reajuste aplicado pelas operadoras aos seus beneficiários de planos coletivos foi de 538%.

Também representante das operadoras, a Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge) afirmou que “o setor de saúde suplementar mantém canais permanentes de diálogo e negociação com as entidades representativas dos profissionais da saúde” e que, como resultado desse diálogo e das negociações diretas entre as operadoras e os médicos, “os reajustes dos honorários médicos variaram entre 10% e 12% em 2013, acima, portanto, dos 5,9% da inflação no período”.

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A ANS afirmou que o atendimento à população não pode ser prejudicado na segunda-feira e que o acesso aos serviços contratados pelo beneficiário deve ser garantido pelas operadoras. Disse ainda que “a relação entre as operadoras e os prestadores de serviços de saúde é um dos temas prioritários para a ANS” e que “recentemente, ocorreram diversos avanços na política do setor no que diz respeito a esse tema, como, por exemplo, a criação do Comitê de Incentivo às Boas Práticas entre Operadoras e Prestadores.”

Outros Estados. Segundo a Associação Médica Brasileira (AMB), todos as entidades estaduais estarão mobilizadas na segunda-feira . Nem todos, porém, irão interromper o atendimento. “Alguns vão fazer manifestações, outros, paralisação. Cada Estado definiu a sua estratégia”, disse Florentino Cardoso, presidente da AMB. Segundo balanço do Conselho Federal de Medicina, além de São Paulo, deverão interromper o atendimento os Estados do Rio de Janeiro (só pela manhã) e do Pará.

 

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