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Mesmo liberados para reabrir, clubes aguardam mais uma semana para retomar atividades

Agremiações estão passando por processo de adequação às normas do protocolo assinado com a prefeitura

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Por Gonçalo Junior
Atualização:

Embora estejam liberados para reabrir a partir desta segunda-feira, de acordo com o plano de flexibilização da prefeitura de São Paulo, os principais clubes sociais da cidade decidiram aguardar mais uma semana e retomar as atividades apenas no dia 7 de julho. As razões foram a adequação às normas do protocolo e alinhamento à abertura de bares e restaurantes, que devem começar a funcionar na semana que vem. No retorno, clubes apostam em inovações para garantir a higiene.

Andreia Pereira da Silva faz nebulização com peróxido de hidrogênio e quaternário de amônia em mesas próximas a piscina no Clube Paineiras do Morumby. Foto: Daniel Teixeira/Estadão

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O principal ponto de atenção são as medidas de higiene e sanitização dos ambientes. Os clubes devem incentivar “ostensivamente”, termo utilizado pelo protocolo municipal, o uso de álcool em gel pelos associados e colaboradores. Em outro trecho, a prefeitura afirma que “será fundamental realizar um treinamento específico com a equipe para adoção de procedimentos técnicos de desinfecção, semelhantes aos realizados em hospitais”.

O clube Paineiras do Morumby, na zona oeste da cidade, preparou um sistema de desinfecção chamado nebulização para tentar proteger seus 24 mil associados. Trata-se de um desinfetante à base de peróxido de hidrogênio e quaternário de amônia é aplicado em várias as superfícies, como mesas, cadeiras, guarda-sóis e até nas quadras de tênis. A promessa é de eliminação de bactérias e do novo coronavírus por 72 horas, de acordo com nota 26/2020 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). “Nosso compromisso é oferecer um ambiente super seguro. Os protocolos de limpeza mudaram muito e estão bastante rigorosos”, afirma o presidente do clube, Sérgio Nabhan, que também dirige a Associação de Clubes Esportivos e Sócio-Culturais de São Paulo (Acesc), que reúne 20 clubes e mais de 170 mil associados.

Ana Marta Santos, funcionária da seguranca do Clube Paineiras do Morumby, mede a temperatura da colega Alessandra de Paula, de 37, antes de sua entrada. Foto: Daniel Teixeira/Estadão

O Club Athletico Paulistano, instituição com 120 anos de história localizada também na zona oeste, instalou câmeras térmicas na entrada principal para a triagem de colaboradores e associados que apresentem quadros de febre e possam estar infectados com o coronavírus. Quem estiver com temperatura elevada será examinada com mais rigor. Na opinião de Paulo Cesar Movizzo, presidente do clube, considera que a gravidade da pandemia exige inúmeros cuidados para cumprir o protocolo que, na sua opinião, é “cuidadoso e criterioso”.

A exemplo de outros clubes, a Hebraica, também na zona oeste, aposta em uma câmara de desinfecção de uso obrigatório. Com tecnologia israelense, o túnel borrifa uma solução à base de prata capaz de combater microorganismos, bactérias e também o novo coronavírus, de acordo com certificação da Anvisa. O produto pode ser aplicado no corpo todo, sem riscos de inalação, e também nas roupas, com duração de 24 horas.

Já o Esporte Clube Pinheiros preparou uma cartilha com 116 páginas, dividida em sete blocos setoriais, do acesso e circulação à alimentação, atividade esportiva e rotina administrativa, em que projeta três fases de abertura. O presidente do clube, Ivan Castaldi, reafirma a data de reabertura para o dia 7 de julho com um “rigoroso protocolo de saúde e segurança”.

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Para o Sindicato dos Clubes do Estado de São Paulo, a reabertura precisa de cautela. “Acredito que nem todos vão abrir com força total. Temos de evitar o risco de ter de fechar dentro de 15 ou 20 dias, como aconteceu com outras capitais”, diz o empresário Paulo Cesar Movizzo, também presidente da entidade.

Horários livres

O acordo para reabertura dos clubes foi assinado no sábado (27/6) entre a Prefeitura de São Paulo, a Associação de Clubes Esportivos e Sócio-Culturais de São Paulo (Acesc) e o Sindi Clube. Cada clube ficará responsável pela definição de seu horário de funcionamento. Não há limitação como no comércio de rua, por exemplo. Bares e restaurantes localizados dentro dos clubes, no entanto, seguem o protocolo específico: só funcionam por seis horas e com apenas 40% da capacidade de atendimento.

Medição de temperatura na entrada do clube Hebraica, em São Paulo Foto: Clube A Hebraica

Em relação ao uso do espaço, estão liberadas as áreas abertas para atividades ao ar livre. Mas existe uma barreira importante. Mesmo nessas áreas, os esportes de contato, como futebol, basquete e vôlei, também estão proibidos. Estão vetadas ainda áreas infantis (parquinhos), piscinas, academias e atividades coletivas orientadas por profissionais.

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Outra medida importante é a limitação do número de associados a 40% da capacidade máxima, de acordo com as informações do alvará de funcionamento. O objetivo, mais uma vez, é evitar aglomerações. O controle de acesso nos principais clubes será feito por meio de catracas eletrônicas. Daniel Bialski, presidente da Hebraica, afirma que o porcentual não deve ser atingido na primeira fase. “Vamos limitar a presença do público. O importante é avaliar como as pessoas vão se comportar. É uma fase de adaptação”, diz o empresário que revela ter pedido a instalação de marcadores no chão de várias áreas do clube para delimitar a distância de 1,80m.

Primeiro dia

Embora a grande maioria dos clubes tenha decidido aguardar uma semana para reabrir, alguns clubes começaram a funcionar logo no primeiro dia. Foi o caso do Clube Esportivo da Penha. Com controle de temperatura na entrada e disponibilização de álcool em gel inúmeros pontos, o clube da zona leste ofereceu apenas caminhada e pesca esportiva, o que permitiu reduzir o número de funcionários. O presidente Luiz Piconi revela que a procura dos visitantes foi pequena, bem distante dos 10 mil associados que o clube possui hoje.

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“As pessoas sabem que a pandemia não terminou. Além disso, nós tivemos a liberação neste final de semana e elas estão se preparando para voltar ao clube nos próximos dias. Por fim, o frio atrapalhou”, diz o líder do clube com 90 anos de história.

O clube Hebraica vai utilizar câmaras de desinfecção para os associados; reabertura será dia 7 de julho Foto: A Hebraica

Principais novidades dos clubes

Club Athletico Paulistano - câmeras térmicas na entrada para a triagem de colaboradores e associados que apresentem febre;

Club Paineiras do Morumby - sistema de desinfecção aplicado nas superfícies e até nas quadras de tênis promete eliminar bactérias e o novo coronavírus por 72 horas;

Hebraica – câmara de desinfecção na entrada do clube com tecnologia israelense para combater microorganismos e testagem de 450 colaboradores entre equipe própria e terceirizados (limpeza e segurança);  

Esporte Clube Pinheiros - verificação da temperatura corporal no acesso ao clube, intensificação da rotina de higienização e desinfecção. 

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