Metade dos mortos pelo H1N1 tinha outra doença, diz estudo

Há a teroria de que as pessoas que nasceram antes de 1957 podem ter desenvolvido uma resistência

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Por Jamil Chade e da Agência Estado
Atualização:

Metade das pessoas que não sobreviveram ao vírus da gripe suína já tinham alguma doença antes. A avaliação foi divulgada pelo Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças, que acaba de divulgar o primeiro perfil completo da nova doença, quatro meses depois da eclosão dos casos nos Estados Unidos e México.

 

 

Apesar de ser mais virulenta que a gripe sazonal, ela é ainda bastante mais branda que o vírus que gerou a Gripe Espanhola em 1918. Segundo o estudo, de cada mil pessoas contaminadas, cerca de seis não resistem ao vírus H1N1. Isso representaria uma letalidade de 0,6%. Mas, em alguns países, a taxa foi significativamente superior. No México, ela chegou a 6%. O cálculo impede que se possa fazer uma comparação direta com a gripe sazonal, já que a base usada é apenas o número daqueles que foram internados. 

 

O perfil ainda mostra que mais da metade dos casos de mortes, 51%, ocorreram com pessoas entre 20 e 49 anos e que os grupos  afetados não são os mesmos que são vulneráveis à gripe sazonal. A avaliação foi feita em julho, com dados de 28  países de todo o mundo.

 

A variação entre continentes, porém, é considerada significativa. Uma das conclusões é a comprovação de que diabéticos e obesos de fato têm maiores chances de sucumbir ao vírus. 

 

O que o estudo também revela é que nem crianças nem idosos estão entre os grupos de maior risco, como foi inicialmente  indicado. Apenas 12% dos mortos até agora tinha mais de 60 anos.

 

Noventa por cento das mortes geradas pela gripe sazonal ocorrem em  pessoas com mais de 65 anos de idade. Por ano, entre 250 mil e 500 mil pessoas morrem no mundo de gripe sazonal. 

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Uma das teorias avaliadas pelo estudo é de que os mais idosos estariam mais protegidos porque, no passado, podem ter sido  expostos a um vírus parecido ao H1N1 ou a uma versão mais leve do mesmo vírus. 

 

A estimativa é de que as pessoas que nasceram antes de 1957 podem ter desenvolvido uma resistência a um vírus que se  desenvolveu após a Gripe Espanhola, em 1918. Mas o perfil ainda mostra que, quando idosos são contaminados pelo vírus  H1N1, a taxa de mortalidade é alta. O estudo também indica a necessidade de proteger mulheres grávidas.

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