Método para injetar medicamentos pela pele usa microagulhas e calor humano

Técnica indolor poderá permitir introdução de drogas com moléculas maiores, como insulina

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

Pesquisadores da Universidade Purdue, nos Estados Unidos, desenvolveram um método para aumentar os tipos de drogas que possam ser administradas pela pele, como a insulina. "A técnica consiste em uma bomba descartável para aplicação de medicamentos por meio da pele, chamada de distribuição transdérmica", afirma Babak Ziaie, professor de engenharia elétrica e computação da universidade. Segundo ele, os adesivos que estão disponíveis no mercado - como os de nicotina e anticoncepcionais - são limitados para administrar drogas de moléculas pequenas, que podem se propagar pela pele. Os pesquisadores estão interessados em oferecer medicamentos com moléculas maiores, que ainda não podem ser transferidas pela pele. Para isso, trabalham na fabricação de uma placa com cerca de cem microagulhas que não causam dor. Essas microagulhas exigirão bombas para empurrar a medicação pelas agulhas. No entanto, as que existem atualmente demandam uma poderosa fonte de energia, como uma bateria. Por essa razão, Ziaie e sua equipe desenvolveram uma bomba simples e descartável, que não requer bateria, engrenagem nem eixo. "Um dos aspectos mais importantes é o dispositivo que não requer bateria", disse Charilaos Mousoulis, estudante de doutorado que trabalhou na produção da bomba. "É prática e tem muitas aplicações. Podemos usar com muitas drogas para injeção", explica. De acordo com Manuel Ochoa, outro estudante de doutorado, os materiais e a fabricação da bomba serão simples. "Pode ser dimensionada para diferentes tamanhos", diz. A bomba que Ziaie e sua equipe criaram usa um líquido que ferve a uma temperatura semelhante à do corpo humano. Assim, com o simples toque de um dedo, o calor faz com que o líquido evapore rapidamente, o que cria pressão suficiente para forçar os medicamentos através das microagulhas. O próximo passo é encontrar uma empresa que fabrique o dispositivo e trabalhar com médicos e clínicos para definir qual será a doença-alvo do produto e a droga administrada.

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.