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Minha mãe e meu pai foram levados no mesmo dia por uma ambulância, diz professora

Pais de Diana estão internados em hospitais diferentes no Rio Grande do Sul, em situação estável. ‘Nessa hora não tem dinheiro, nem ninguém ou nada que resolva’, lamenta ela

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Por Redação
Atualização:

Depoimento de Diana Hass, de 35 anos, professora de Marketing, filha de Jane Willrich Haas, de 64 anos, e Nilton Haas, de 67 anos, ambos internados em hospitais diferentes no Rio Grande do Sul

"Os dois vivem em Canela (na Serra Gaúcha) e se infectaram juntos. Foram alguns dias de idas e vindas no hospital, como não tinha vaga eles eram medicados e voltavam para casa. A situação foi se agravando, até que minha mãe acabou sendo levada de casa por uma ambulância. No mesmo dia, à noite, meu pai foi levado. 

Jane Willrich Haas, 64 anos, e Nilton Haas, 67 anos, foram internados em hospitais diferentes no Rio Grande do Sul Foto: Arquivo pessoal

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Nessa hora, minha mãe estava sendo transferida para internação em Novo Hamburgo, e está em leito convencional, na Unimed. Meu pai foi para UTI em Porto Alegre, onde encontraram vaga. Então, um não sabe do outro. 

Recebo ligações todos os dias com o boletim médico. Os dois estão em situação estável. Decidi expor isso que estou enfrentando nas redes sociais, mesmo sendo muito dolorido, porque são os dois, pai e mãe, e é uma história real. 

Famílias Hass enfrentou idas e vindas no hospital em busca de vaga Foto: Arquivo pessoal

Estou compartilhando justamente para que as pessoas possam pensar, mudar suas atitudes. Porque essa doença deixa a gente sozinho, eles lá... sem um saber do outro e nem como será. E eu aqui, sozinha, na espera de uma ligação por dia.

São 24 horas sem nenhuma notícia e quando o telefone toca é aquela tensão. Hoje (sábado, 27 de fevereiro) é aniversário do meu pai. Eles disseram que iriam cantar parabéns. Tento pensar que nesse momento eles estão na melhor situação possível. Estão em um leito, é preciso ser grata por isso. E que, realmente, não posso fazer nada, não tem nada que ajude. Nessa hora não tem dinheiro, nem ninguém ou nada que resolva. 

E eu, que tanto me posicionei sobre a pandemia, pedindo que todos ficassem em casa, agora estou nessa situação, vivendo depois de quase um ano o que mais temia. Acho que por isso que também decidi compartilhar com as demais pessoas. /DEPOIMENTO A FÁBIO BISPO, ESPECIAL PARA O ESTADÃO

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