BRASÍLIA - O secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson de Oliveira, disse nesta sexta-feira, 28, que o Ministério da Saúde vai orientar os hospitais e unidades de saúde a irem atrás de pacientes suspeitos de infecção pelo novo coronavírus que abandonarem os exames.
O protocolo, segundo o secretário, será tentar identificar o destino do paciente e investigar onde esteve e com quem manteve contato. Houve casos registrados em São Paulo e Salvador de pacientes que deixaram hospitais durante os exames, após testes iniciais darem negativo.
Assista à entrevista concedida pelo Ministério da Saúde sobre o coronavírus nesta sexta
#AoVivo - Ministério da Saúde atualiza situação sobre o #coronavírus Publicado por Ministério da Saúde em Sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020
Após descobrir o paradeiro e entender o motivo de ter deixado o hospital, as secretarias serão orientadas a tentar coletar o material para concluir os exames laboratoriais. “O fato de ter dado negativo não significa que é coronavírus”, ressalvou Oliveira. “Não estamos vivendo uma epidemia, vamos com calma. Ele (paciente) ficará em isolamento respiratório (domiciliar) se necessário”, disse o secretário.
Justiça
O secretário também comentou o caso de um casal de franceses que teve ordem de internação compulsória decretada pela Justiça do Rio. Oliveira afirmou que o ministério não recomenda a internação contra a vontade do paciente.
“O Ministério da Saúde não recomenda a internação compulsória de casos suspeitos de coronavírus, não sendo indicado clinicamente para permanecer no hospital. O pior ambiente para se permanecer quando está saudável é o hospital. O médico é a pessoa mais competente para orientar o paciente, os casos suspeitos diante de qualquer dúvida.”
O secretário executivo do ministério, João Gabardo dos Reis, ponderou que a decisão de manter o paciente no hospital deve ser analisada por vários ângulos, mas não indicou se a pasta por recorrer no Judiciário.
Os secretários disseram que estão aprimorando planos de contingência com os Estados e que na próxima semana farão uma reunião de orientação com a Procuradoria-Geral da República, para dar subsídio à decisão em casos que cheguem à Justiça.