BRASÍLIA - O Ministério da Saúde prometeu aos Estados a liberação dos primeiros 540 kits de montagens de leitos de UTI para combate ao novo coronavírus. A expectativa da pasta é montar até dois mil leitos para atendimento destes pacientes.
Os pacotes têm cama, monitor multiparamétrico (para medir sinais vitais), bomba de infusão, oxímetro de pulso e respirador. Estes equipamentos serão enviados aos Estados, que montarão leitos hospitalares em locais definidos em cada plano de contingência para a covid-19.
A primeira leva servirá como uma reserva técnica, para ser montada quando a capacidade normal do SUS se esgotar nos Estados. A ideia é que em até uma semana as estruturas sejam entregues.
Os Estados defendem distribuir os primeiros 540 leitos para novo coronavírus por critério populacional. A ideia, no entanto, é que nenhuma unidade da Federação receba menos de 10 leitos, pois trata-se do número em que cada equipe intensivista de saúde atua.
A forma de distribuição dos leitos específicos para novo coronavírus era motivo de disputa entre governo federal e Estados. O Ministério da Saúde defendia só liberar os equipamentos quando se esgotasse a estrutura normal do SUS. Já secretários estaduais pediam antecipação de parte das unidades para criar uma reserva.
"É uma reserva importante. Dá segurança para para o sistema começar a atender pacientes do novo coronavírus e observar como a doença avança", explica Alberto Beltrame, presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass).
Segundo Beltrame, é difícil apontar se os 2 mil leitos previstos para atender os pacientes serão suficientes. "Mas tranquiliza (o envio da primeira leva). Se preciso, vamos ter de reavaliar este número", disse. O secretário afirma que o valor é similar ao usado pelo governo durante a pandemia de H1N1 (Influenza A), em 2009.
Cada Estado definiu no plano de contingência como instalar o seu leito. Há, por exemplo, pequenas enfermarias que serão esvaziadas apenas para receber os pacientes de novo coronavírus. O governo federal tem estimulado que gestores de Estados e municípios repensem a agenda de cirurgias eletivas, mais simples, para poder deixar leitos livres aos infectados pela covid-19.