14 de fevereiro de 2008 | 16h24
Diversas manifestações estão previstas nesta quinta-feira, 14, em diferentes cidades italianas, para protestar contra a recente entrada da polícia num hospital para interrogar uma mulher logo após ela ter abortado. A ministra de Saúde Pública, Livia Turco, anunciou nesta quinta-feira, 14, que vai aderir aos protestos. Ela disse ter ficado muito impressionada com o episódio ocorrido no hospital de Nápoles - sinal, segundo ela, de falta de serenidade para enfrentar um momento trágico na vida da mulher. A ministra disse que, "conhecendo de perto as problemáticas vinculadas ao aborto", o que se necessita nesses casos é serenidade e "uma atenção ativa com relação à mulher". Em Roma, a manifestação acontecerá diante do Ministério da Saúde; em Bolonha, na frente do hospital Santa Ursula, e em Milão, diante da clínica Mangiagalli. A blitz dos agentes na área de obstetrícia do hospital Federico II de Nápoles aconteceu após uma denúncia anônima de que o aborto foi praticado fora dos prazos previstos em lei. Há dias atrás, a polícia entrou no hospital para investigar uma suposta denúncia de infanticídio. Na realidade, segundo os médicos, tratava-se de um aborto terapêutico praticado na 21ª semana de gestação de uma mulher de 39 anos cujo filho, que sofria da síndrome de Klinefelter, tinha cerca de 40% de risco de apresentar más-formações graves. A maioria dos especialistas concorda que o aborto foi realizado respeitando a legislação vigente. Os médicos criticaram o modo como a mulher foi tratada. Segundo Barbara Pollastrini, ministra para a Igualdade de Oportunidades, o ocorrido em Nápoles mostra que "querem construir um clima hostil ao aborto".
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