O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, afirmou que as indústrias que exportam leite são credenciadas pelo ministério e que não há risco de leite misturado com substâncias químicas ser exportado. Stephanes ressaltou que a fraude, verificada pelo Polícia Federal em cooperativas mineiras, é "um problema isolado e não há motivos para alarde". Ele salientou que a descoberta de fraudes em cooperativas não vai prejudicar a exportação de lácteos que, segundo a iniciativa privada, deve render uma receita cambial de cerca de US$ 200 milhões este ano. O ministro participa de audiência pública no Senado. Stephanes salientou que são recolhidas 10 mil amostras de leite por dia, enviadas pelo produtor para as cooperativas. Ele citou que há 4 anos o Ministério da Agricultura está implementando as normas da instrução normativa 51, que trata da higiene e qualidade do leite. O ministro disse que as normas da instrução começaram a vigorar primeiro no Sul do País. Stephanes informou, ainda, que há um controle do leite no percurso que vai da fazenda até os laticínios. Disse que o Ministério da Agricultura vai intensificar as ações de fiscalização para evitar novas fraudes. De acordo com investigação do Ministério Público estadual e da Polícia Federal, funcionários da Coopervale e da Casmil, ambas de Minas, misturavam soda cáustica e água oxigenada ao leite, para aumentar o prazo de validade e para elevar a quantidade de produto final. O ministro reafirmou que o governo alterou o sistema de fiscalização e que substituirá a figura do fiscal fixo nas indústrias de laticínios por uma equipe de três técnicos que farão auditorias aleatórias. Stephanes lembrou, ainda, que o modelo antigo, que previa a presença do fiscal nas indústrias vigorava há um século e que, por isso, estava ultrapassado. Só três senadores participam da audiência: Katia Abreu (DEM-TO), Paulo Paim (PT-RS) e Jonas Pinheiro (DEM-MT).