3ª dose da vacina contra covid será aplicada a partir de 15 de setembro, diz Ministério da Saúde

Injeção de reforço será dada inicialmente para idosos e imunossuprimidos; países como Israel e Chile já adotaram estratégia semelhante

PUBLICIDADE

Foto do author Lorenna Rodrigues
Por Lorenna Rodrigues (Broadcast)
Atualização:

BRASÍLIA - O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou a aplicação de uma 3ª dose da vacina contra a covid-19 a partir de 15 de setembro em idosos com mais de 70 anos e imunossuprimidos (pessoas cujo sistema imunológico está comprometido por alguma condição de saúde). O reforço tem sido defendido por especialistas diante da alta de infecções entre imunizados com as duas doses, como foi o caso do ator Tarcísio Meira, que morreu este mês, e de evidências científicas de que a proteção induzida pelas vacinas cai ao longo do tempo.

O ministro Marcelo Queiroga no Palácio do Planaltoanunciou a aplicação de uma3ª dose da vacina contra a covid-19 a partir do dia 15 de setembro em idosos com mais de 70 anos Foto: Adriano Machado / Reuters

PUBLICIDADE

A decisão foi tomada em reunião do ministério na noite de terça-feira, 24, após discussão com os secretários estaduais e municipais de Saúde. Isso não significa que as vacinas sejam ineficazes contra o vírus, mas que a injeção extra pode ampliar a segurança desses grupos mais vulneráveis. Países como Estados Unidos, Israel e Chile também adotaram a estratégia semelhante. 

A partir de 15 de setembro, serão enviadas as doses de reforço para os imunossuprimidos que tenham tomado a 2ª dose há pelo menos 28 dias e de idosos com mais de 70 anos que tenham tomado a 2ª há pelo menos seis meses.

Conforme o Plano Nacional de Vacinação contra a Covid-19, o grupo de imunssuprimidos inclui indivíduos que passaram por transplante de órgão sólido ou de medula óssea, pessoas que vivem com HIV e CD4 10 mg/dia ou recebendo pulsoterapia com corticoide e/ou ciclofosfamida. Também engloba pessoas que usam" imunossupressores ou com imunodeficiências primárias; pacientes oncológicos que realizam tratamento quimioterápico ou radioterápico nos últimos seis meses e neoplasias hematológicas".

A aplicação nos idosos seguirá ordem cronológica, do mais velho para o novo. A Saúde aguarda a conclusão de um estudo para decidir como será a aplicação da 3ª dose em profissionais de saúde e pessoas com menos de 70 anos. Ainda conforme a pasta, a imunização deverá ser feita, preferencialmente, com uma dose da Pfizer, ou de modo alternativo, com a vacina Janssen ou da AstraZeneca

Na segunda-feira, o secretário-executivo da Pasta, Rodrigo Cruz, antecipou, em entrevista ao Papo do Editor, do Broadcast Político, que a aplicação da dose de reforço deveria começar em meados de setembro. Segundo o ministério, no dia 10 de setembro a pasta finalizará a distribuição de imunizantes para a aplicação da 1ª dose em toda a população brasileira com mais de 18 anos, o que abre espaço para a antecipação e reforço vacinal.

Além disso, o governo federal vai antecipar, também a partir de 15 de setembro, a aplicação da 2ª dose dos imunizantes da Pfizer e AstraZeneca das atuais 12 semanas para oito semanas. A Saúde estudará ainda a possibilidade de imunização cruzada entre as vacinas da Astrazeneca e Pfizer, mas isso será feito somente em caso de necessidade. 

Publicidade

Governo diz que há doses suficientes para nova rodada

Na entrevista ao Broadcast Político, o secretário-executivo disse que há doses suficientes para imunizar todos os idosos e profissionais de saúde com a terceira dose até o fim do ano, população que soma 12 milhões de pessoas.

Cruz disse que toda a população brasileira poderá ser revacinada em 2022 se os estudos concluírem que isso será necessário. Até o fim do ano, o Brasil receberá 600 milhões de doses, que poderão inclusive ser mantidas congeladas para uso numa eventual campanha de reforço no próximo ano.

Há ainda 180 milhões de doses da Astrazeneca produzida no Brasil já contratadas para 2022, o que seria suficiente para uma dose de reforço em toda a população vacinável no ano que vem.

“A mensagem que a gente passa para a população é de tranquilidade, de que não vai faltar orçamento, quer seja por uma antecipação de aquisição, quer seja para o orçamento de 2022. Mas não faltará imunizantes para que a gente consiga imunizar a população brasileira de acordo com o que está cientificamente determinado”, afirmou.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.