PUBLICIDADE

Queiroga diz que adultos receberão 1ª dose contra covid até setembro em meio a disputa de Estados

Ministro da Saúde manteve o discurso de que, até o fim deste ano, toda a população adulta do País deverá receber as duas doses da vacina

Por Matheus de Souza
Atualização:

SÃO PAULO - O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou nesta segunda-feira, 21, que toda a população brasileira acima dos 18 anos deve ser imunizada com a 1ª dose da vacina contra a covid-19 até setembro. Governadores de diferentes Estados, incluindo o paulista João Doria (PSDB), já tinham feito a mesma promessa ou até previsões mais otimistas. O plano, diz o ministro, é uma meta "bastante razoável". Queiroga ainda reforçou que, até o fim do ano, toda a população adulta do País também deverá ser vacinada com as duas doses.

Ministro da Saúde diz que população acima dos 18 anos deve receber 1ª dose da vacina contra a covid até setembro Foto: Marcelo Chello/Estadão

PUBLICIDADE

No início do mês, Doria havia anunciado que pretende vacinar todos os paulistas até outubro. Poucos dias depois, antecipou o calendário e prometeu todos os moradores do Estado acima de 18 anos com 1ª dose até setembro. No Rio Grande do Sul, o governador Eduardo Leite (PSDB) fez a mesma previsão. Já o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), pretende vacinar os adultos até o fim de agosto e fala em imunizar adolescentes no mês seguinte.

Na semana passada, os gestores chegaram até a trocar provocações nas redes sociais sobre essa corrida da vacina. Ao longo da pandemia, o gestão Jair Bolsonaro e gestores estaduais estiveram em lados opostos, principalmente por causa das medidas de distanciamento social e de compra de vacinas. O governo federal tem sido criticado pela demora na compra de imunizantes e por desencorajar a vacinação, colocando em dúvida a eficácia e a segurança dos produtos. 

"Pelo ritmo que nossa campanha vem adquirindo nas últimas semanas, no último mês, já é possível antever que toda a população brasileira acima de 18 anos pode ser imunizada com uma dose da vacina até etembro", estimou o ministro em audiência pública na Comissão Externa da Covid-19 do Senado. "E pelas 600 milhões de doses de que já dispomos, é possível antever também que tenhamos a população brasileira acima de 18 anos vacinada até o final do ano de 2021. O que consideramos, dentro das condições de carência de vacina no mundo, uma meta bastante razoável, e que faz jus à força e à tradição do nosso Programa Nacional de Imunização", completou.

Nos últimos meses, o Brasil teve dificuldades de acelerar a campanha de vacinação. E, com o relaxamento das medidas de distanciamento social, o Brasil tem registrado aumento da média diária de vítimas do vírus, acima de dois mil óbitos, e especialistas temem nova piora. 

Em sua fala inicial na comissão, Queiroga lamentou as 500 mil mortes pela covid e destacou o trabalho do ministério na aquisição de vacinas. De acordo com o ministro, a pasta já traça planos para uma eventual necessidade de um reforço vacinal contra covid nos próximos anos, mantendo conversas com farmacêuticas como a Pfizer e a Moderna, além dos esforços na produção de uma vacina totalmente nacional contra a doença.

O ministro também afirmou que, entre os esforços da saúde para combater a disseminação do vírus, está o início de um nova política de testagem contra doença, afirmando que, além de ser necessária uma testagem maior na atenção primária, dedicada a pacientes sintomáticos, é preciso iniciar a testagem em pacientes assintomáticos em ambientes de grande circulação, como rodoviárias e aeroportos.

Publicidade

"O Brasil testou pouco e em função disso nós não tivemos uma política mais apropriada de isolamento dos casos positivos, bem como de seus contactantes", afirmou o ministro. Para Queiroga, nesta nova fase de testagem, além do esforço da pasta, será necessário também o apoio da iniciativa privada.

"É fundamental, além dessa iniciativa pública, que tenhamos a parceria da iniciativa privada, testando os funcionários para que aqueles casos positivos sejam afastados, e consigamos conciliar o combate a pandemia da covid-19 com um retorno organizado e sustentável das atividades econômicas", pontuou o ministro.

Queiroga defende aulas presenciais no segundo semestre

PUBLICIDADE

O ministro da Saúde disse que não é necessário que professores tomem as duas doses da vacina contra covid-19 para dar início ao retorno das aulas presenciais no País. Para Queiroga, uma política mais incisiva de testagem contra a doença já permitiria a volta às aulas no segundo semestre deste ano.

"No meu entendimento, não é fundamental que todos os professores estejam imunizados com duas doses para o retorno das aulas. Com a estratégia adequada de testagem, podemos compatibilizar o retorno das aulas com a identificação dos casos positivos, e a partir daí ter já no segundo semestre o retorno de aulas", argumentou.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.