Ministro promete começar campanha nacional de vacinação contra covid-19 na quarta

Pazuello afirma que distribuição de doses da Coronavac será realizada a partir das 7h desta segunda; Doria começou imunização neste domingo

PUBLICIDADE

Foto do author Roberta Jansen
Por Roberta Jansen
Atualização:

RIO - Já temos um dia D e uma hora H para o início oficial da vacinação nacional contra a covid-19. Quarta-feira, às 10h, começa o Plano Nacional de Imunização contra o novo coronavírus, conforme anunciou em entrevista coletiva neste domingo, 17, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. Mas o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), já fez evento para começar a aplicação de doses em profissionais de saúde na tarde deste domingo e diz que vai dar continuidade à vacinação nesta segunda-feira, 18. 

A distribuição das doses disponíveis da Coronavac por todo o País acontece a partir das 7h desta segunda, com o apoio de aviões da FAB. A distribuição, segundo o ministro, será feita para “pontos focais” já previamente definidos em cada estado. Idosos que vivem em asilos, indígenas e profissionais de saúde da linha de frente são os primeiros a receber o imunizante.

O ministro da SaúdeEduardo Pazuello durante a coletiva de imprensa no Rio de Janeiro Foto: Mauro Pimentel / AFP

PUBLICIDADE

“Está dado o primeiro passo para a o início da maior campanha de vacinação do mundo contra o coronavírus”, afirmou. ”Poderíamos, num ato simbólico ou numa jogada de marketing, iniciar a primeira dose hoje, mas, em respeito a todos os governadores, prefeitos e todos os brasileiros, o Ministério da Saúde não fará isso.” Pazuello não detalhou quantas doses vão para cada estado, nem se o Amazonas receberia doses extras por conta da situação de Manaus.

Efetivamente, no entanto, o País dispõe de 6 milhões de doses da Coronavac, desenvolvida pelo Instituto Butantã, ligado ao governo paulista, e o laboratório chinês Sinovac. Este volume não cobre sequer as prioridades. Outros dois milhões de doses da vacina de Oxford/AstraZeneca fabricada na Índia estão com a compra acertada pelo ministério, mas ainda sem data para chegar ao Brasil. Além disso, o aval da Anvisa só vale para essas 8 milhões de doses, mas não para as demais a serem produzidas já no Brasil.

A Fiocruz, por sua vez, não recebeu ainda o princípio ativo necessário para a produção em larga escala em território nacional da vacina de Oxford. Questões burocráticas estão travando a importação da China, onde o produto é produzido. Ou seja, existe o risco de a campanha de vacinação começar, mas ter que ser interrompida por falta de insumos.

Pazuello disse que “é muito provável” que o ministério consiga “coordenar a entrega” das doses vindas da Índia ainda esta semana. E que o Butantã já teria praticamente 2 milhões de doses prontas para serem usadas em um curto espaço de tempo. “Numa conversa ainda em nível diplomático, ficou claro que a Índia ia começar sua vacinação no sábado e que seria interessante que essa saída das doses da Índia ocorresse após o início da vacinação, depois de um ou dois dias. E hoje é o primeiro dia após o início da vacinação.”

O ministro disse ainda que as medidas de prevenção da covid-19 não devem ser interrompidas “em hipótese alguma”, apesar do início da campanha. “Volto a dizer: não podemos em hipótese alguma relaxar as medidas preventivas”, afirmou. “Uso de máscara, álcool em gel na mão, distanciamento social, evitar aglomerações.”

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.