Mortes por gripe suína na Argentina dobram em duas semanas

Em menos de dois meses, país registrou 337 mortos pela doença e ainda avalia outras 400 ocorrências

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Por Ariel Palacios e de O Estado de S. Paulo
Atualização:

A Argentina acumulou um total registrado de 337 mortos pela gripe suína desde que foi anunciada a primeira morte no dia 15 de junho. O anúncio foi realizado nesta quarta-feira, 5, pelo vice-ministro da Saúde, Máximo Diosque, que indicou que o número oficial poderia dobrar se forem confirmados outros 400 casos de falecimentos que ainda estão sendo avaliados. Segundo o vice-ministro, "é muito provável que esses casos sejam positivos".

 

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Em caso de confirmação, a Argentina acumularia mais de 700 mortos da gripe suína. Isso colocaria o país na pole position do ranking mundial de mortes da pandemia, acima dos EUA.

 

Diosque também causou surpresa ao afirmar que o governo federal registrou 762 mil casos de pessoas que contraíram gripe em todo o país desde o início da pandemia. Segundo ele, desse total, 93% teriam tido o vírus A H1N1. No fim de semana, as secretarias de saúde das províncias haviam calculado um número menor, de 400 mil pessoas contagiadas.

 

O anúncio do vice-ministro Diosque indica que o número de mortos duplicou as últimas cifras oficiais, divulgadas no dia 14 de julho. Na ocasião, o número comunicado foi de 135 pessoas mortas. De lá para cá, os argentinos só puderam contar com a contabilidade paralela realizada pelas secretarias da Saúde das províncias e da capital federal, que na terça-feira comunicaram o número de 275 mortos.

 

Durante um seminário na Academia Nacional de Medicina, um dos mais prestigiados infectologistas do país, Daniel Stamboulian, estimou que 20% da população argentina foi contaminada pela gripe suína. Isto equivale a um total de 7,5 milhões de pessoas que já foram contagiadas em toda a Argentina desde o primeiro caso, no dia 7 de maio.

 

Medo

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Segundo uma pesquisa realizada pelo Ibope nas principais cidades do país, 57% dos argentinos estão preocupados pela expansão da gripe suína. Isso indica um aumento de 17 pontos percentuais em relação ao clima de medo existente na última semana de junho, antes da declaração da emergência sanitária.

 

No entanto, apesar do número de mortos e pessoas contaminadas, os argentinos estariam consumindo menos produtos que colaboram na prevenção da doença. Isso é o que indicam dados da Câmara Argentina das Farmácias, que anunciou que o consumo de álcool em gel e máscaras despencou 80% ao longo do último mês.

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