PUBLICIDADE

Mortes por leishmaniose dobram em São Paulo

Por Agencia Estado
Atualização:

O número de mortes causadas pela leishmaniose visceral dobrou nos últimos dias no Estado de São Paulo e colocou sanitaristas em alerta no interior, onde 35 municípios já foram atingidos pela doença. A situação é preocupante em Dracena, no oeste do Estado, onde três pessoas morreram nesta semana. Outras cinco estão com os sintomas da doença, duas delas internadas. Até terça-feira, o Centro de Vigilância Epidemiológica da Secretaria da Saúde do Estado tinha contabilizado 3 mortes e 116 casos positivos neste ano. Ontem, o número saltou para 6 mortes e 143 casos de infecção. A assessoria de imprensa da secretaria insiste que 2006 tem sido o "melhor" dos últimos quatro anos no controle da doença. Mas, durante todo o ano de 2005, 146 pessoas foram infectadas e outras 16 morreram. Para o diretor da Superintendência de Controle de Endemias (Sucen), Carlos Magno Fortaleza, o que está acontecendo em Dracena é resultado da pouca experiência dos médicos em diagnosticar a doença precocemente. "É fundamental que a leishmaniose seja tratada desde os primeiros sintomas", diz. Segundo ele, a doença caminha para patamares endêmicos nas regiões em que apareceu primeiro. O Serviço de Vigilância Epidemiológica de Dracena está limpando folhas e outros materiais orgânicos dos quintais das residências num raio de 9 a 25 quadras de distância das casas das vítimas. A sujeira serve de hábitat do mosquito palha, vetor do protozoário Leishmania, transmissor da doença. O cão é seu hospedeiro. Alerta Total - "Estamos muito preocupados e em alerta total", diz a diretora de Vigilância Epidemiológica de Dracena, Flávia Beretta. Segundo ela, dos 10 mil cães da cidade, 25% estão contaminados e precisam ser sacrificados, mas os técnicos encontram dificuldades porque a população não entrega os animais. Desde agosto de 2005, a cidade realizou exames em 7 mil cães e matou outros 1,7 mil. Não existe vacina que possa ser aplicada neles. Colaborou Emilio Sant'anna

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.