MP manda prefeitura de Presidente Prudente contratar leitos para covid em outras cidades

Pessoas com o coronavírus aguardam vagas para internação em hospitais da cidade, que estão lotados

PUBLICIDADE

Foto do author José Maria Tomazela
Por José Maria Tomazela
Atualização:

SOROCABA - O Ministério Público de São Paulo mandou a prefeitura de Presidente Prudente, no oeste paulista, contratar leitos em hospitais da região para garantir o atendimento a pacientes acometidos pela covid-19. Na manhã desta quarta-feira, 16, 12 pessoas com o coronavírus aguardavam vagas para internação em hospitais da cidade, que estavam lotados. No dia anterior, a cidade havia registrado 55 novos casos de covid e um recorde no número de pessoas internadas - 79 pacientes, dos quais 29 em UTI.

Conforme o promotor Marcelo Creste, as enfermarias do Hospital Regional e da Santa Casa de Presidente Prudente tinham atingido a ocupação máxima. “É sabido que o município não tem hospital próprio e tampouco criou leitos clínicos para o enfrentamento da covid-19, ao contrário de outros municípios, como Dracena, por exemplo. Também não instalou hospital de campanha”, disse. O promotor determinou que a prefeitura faça uso de verba federal já liberada para enfrentamento da pandemia, ampliando a oferta de leitos à população.

Segundo o MP, o Hospital Regional de Presidente Prudente está com todos os leitos clínicos para covid-19 ocupados Foto: HR Presidente Prudente/Divulgação

PUBLICIDADE

Ele citou quatro hospitais com disponibilidade de vagas para internação em leito clínico: Santa Casa de Presidente Bernardes, Hospital de Porto Primavera, em Rosana, Santa Casa de Regente Feijó e Santa Casa de Teodoro Sampaio. “Impõe-se que o município, com agilidade, faça a pactuação e garanta o pagamento aos hospitais e, em consequência, o pronto atendimento ao paciente prudentino. Aponto a necessidade de agilidade porque, com a aceleração do contágio nos últimos dias, o cenário é sombrio e, se providências não forem tomadas, teremos um janeiro apocalíptico”, escreveu.

Creste lembrou que o município comprou cinco leitos para transferir pacientes para a Santa Casa de Presidente Venceslau, cidade a 75 km de Prudente, mas “ao que consta, a ocupação máxima também lá se estabeleceu”. No último dia 3, o juiz da Vara da Fazenda Pública, Darci Lopes Beraldo, concedeu liminar em ação do MP determinando que o Estado abrisse dez leitos de UTI no Hospital Regional de Presidente Prudente. O cumprimento da ordem não foi suficiente para sanar a falta de leitos para covid-19 na cidade.

A prefeitura confirmou ter recebido o ofício da promotoria e disse que “o pedido será analisado em conjunto com o gabinete e a Secretaria da Saúde”. Segundo o município, a contratação de cinco leitos clínicos na Santa Casa de Presidente Venceslau é prova de que as medidas estão sendo tomadas. “(A prefeitura) vem dialogando com outras instituições para ampliar estas contratações”, disse em nota.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.