Quem tomou dose de lote interditado da Coronavac deve ser monitorado por 30 dias

Objetivo do acompanhamento é “avaliação de possíveis eventos adversos” da vacina, mas autoridades reforçam que medida é apenas por cautela. Anvisa interditou 12 milhões de doses por falta de inspeção em fábrica

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Por Bruno Villas Boas
Atualização:

RIO - O Ministério da Saúde definiu nesta segunda-feira, 6, em nota técnica, que as pessoas que tomaram doses de um dos 25 lotes interditados da Coronavac deverão ser monitoradas por 30 dias para a “avaliação de possíveis eventos adversos”. Não detalhou no documento, porém, como será feita a vigilância. 

O documento orienta ainda manter o lote 202108113H, com 547.800 doses da Coronavac, em quarentena, na temperatura de 2 °C a 8 °C Foto: Amanda Perobelli/Reuters

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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) suspendeu o uso de 12,1 milhões de doses do imunizante produzidas em fábrica da Sinovac na China e não inspecionada pelo órgão brasileiro. A agência, porém, tem afirmado que a medida é por cautela e não há razão para pânico. O Instituto Butantan, um dos responsáveis pela Coronavac, tem reforçado que a vacina é segura e os lotes passaram por seu controle de qualidade. O documento orienta ainda manter os lotes interditados em quarentena, na temperatura de 2 °C a 8 °C, até a conclusão da investigação pela Anvisa. “

Após a manifestação federal, a Secretaria de Estado de Saúde do Rio informou que os municípios fluminenses devem fazer esse acompanhamento.  Até o momento, somente a prefeitura do Rio informou ter usado as doses do lote interditado pela Anvisa.  Conforme mostrou o Estadão, a maioria das doses usadas dos lotes suspensos foi aplicada no Estado de São Paulo. Autoridades paulistas disseram ter usado cerca de 4 milhões de unidades das remessas interditadas e não registrado qualquer evento adverso. 

Diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Renato Kfouri afirmou ao Estadão não ver a necessidade de estratégia de monitoramento muito diferentes das que já são adotadas, uma vez que a interdição por parte da Anvisa se deu por conta do envasamento das doses. "A vacina é a mesma", reforça o infectologista.

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