
17 de fevereiro de 2020 | 23h22
GENEBRA - A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou nesta segunda-feira, 17, que não é necessário suspender cruzeiros e manifestou sua oposição a qualquer "medida geral" deste tipo para frear a propagação do coronavírus. "As medidas têm que ser proporcionais à situação, tomadas com base em provas do campo da saúde pública. As medidas gerais podem não ser úteis", disse o diretor da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, acrescentando que não existe risco zero.
As declarações ocorreram depois que um operador de cruzeiros americano buscou centenas de turistas que desembarcaram na semana passada no Camboja; uma das passageiras havia testado positivo para o coronavírus. Os passageiros de outro cruzeiro, o Diamond Princess, seguem em quarentena na costa do Japão enquanto o número de casos da doença não deixa de aumentar no navio.
Fora da província de Hubei, "esta epidemia afeta uma proporção muito pequena da população". "Se tivermos que interromper todos os cruzeiros do mundo por haver um potencial contato com um possível agente patógeno, até onde iremos?", disse o médico Michael Ryan, diretor de emergências da OMS. "Temos que parar todos os ônibus do mundo? E o que acontecerá quando outros países forem afetados?", questionou em uma coletiva de imprensa em Genebra.
Segundo o último balanço, a epidemia causou 1.770 mortes e mais de 70,5 mil contágios na China desde a sua aparição em dezembro, em Wuhan. Fora do gigante asiático, foram registradas cinco mortes (uma nas Filipinas, uma em Hong Kong, uma no Japão, uma na França e uma em Taiwan).
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.