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Não há conflito de interesses de empresário comprar vacina contra covid, diz Lira

Presidente da Câmara afirma que 'na guerra vale tudo para salvar vidas'

Por Emilly Behnke , Elizabeth Lopes e Matheus de Souza
Atualização:

SÃO PAULO - O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), defendeu na manhã desta quarta-feira, 31, uma participação maior da iniciativa privada no processo de aquisição de vacinas contra o coronavírus, a fim de dar celeridade ao Plano Nacional de Imunização. Para Lira, não há conflitos de interesse na entrada do setor no processo de imunização, defendendo que os empresários podem dar celeridade à compra e aplicação de doses.

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O parlamentar também defendeu que é preciso um controle mais rígido da vacinação contra a covid-19, pois, segundo ele, "estamos aplicando menos vacinas do que as liberadas". O presidente da Câmara afirmou ter apresentado os dois temas na reunião do comitê formado por representantes dos três Poderes para o enfrentamento da pandemia da covid-19, a primeira do grupo.

Ao comentar sobre o controle mais rígido sobre os dados de vacinação no País por parte do Ministério da Saúde, Lira disse que, de acordo com os gráficos oficiais, já foram distribuídas 34 milhões de doses de vacinas contra covid-19 no Brasil e que só temos 18 milhões de doses de imunizante aplicadas.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL). Foto: Gabriela Biló/Estadão - 25/2/2021

Para Lira, esse déficit de vacinação não se deve à "má-fé" de dirigentes, mas, sim, a uma questão burocrática de informação. Lira cita como exemplo um Estado que, segundo ele, recebeu 3 milhões de doses, mas registra apenas 1,5 milhão de doses do imunizante aplicadas.

"O ministério pode entender que ele (o Estado) tem um estoque de um milhão e meio? E que ele não tem necessidade de vacina, e que essa vacina pode ser transferida para outro Estado que tenha mais necessidade? Ou o Ministério pode entender que está havendo atraso na informação de vacinação? Que prejudica também a nossa avaliação nacional de para onde há necessidade de enviar vacinas", questionou o parlamentar durante pronunciamento após a reunião, ressaltando a importância da ajuda da imprensa nesta cobrança.

Lira também afirmou que será iniciada nesta quarta-feira, na Câmara, a discussão sobre a possibilidade de o setor privado poder comprar doses do imunizante contra a covid-19 sem ter de obrigatoriamente doar todas as doses adquiridas ao Programa Nacional de Imunização. "Para que o empresário possa vacinar os seus funcionários para manter a sua empresa, o seu negócio de pé, e também extrapolar para o [Sistema Único de Saúde] SUS uma quantidade, podendo também extrapolar para a família dos seus funcionários uma quantidade".

Ao defender a discussão do tema, Lira afirmou não haver conflito de interesses no debate, defendendo que a iniciativa privada possa ter agilidade maior que o Ministério da Saúde "por outros caminhos" na compra de mais vacinas para o País. Para o presidente da Câmara, estamos em um momento de guerra "e na guerra vale tudo para salvar vidas".

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