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Nasa celebra 50 anos do primeiro voo espacial tripulado dos EUA

Por IRENE KLOTZ
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O programa espacial norte-americano estava num momento difícil quando Alan Shepard subiu numa cápsula de um só lugar, em 5 de maio de 1961, para um "passeio" de 15 minutos. A União Soviética, rival da Guerra Fria, havia assumido a dianteira lançando ao espaço o cosmonauta Yuri Gagarin, menos de um mês antes, num voo que foi mais longo e mais alto. Havia na então recém-criada Nasa quem achasse que a corrida espacial já estava perdida. "Quando (Shepard) decolou, ele levou a Nasa nos ombros", disse o biógrafo Jay Barbree, biógrafo de Shepard e especialista em assuntos espaciais. "Se ele fracassasse, sabia que seria o fracasso do programa espacial." Na base de lançamento do Cabo Canaveral, na Flórida, de onde Shepard decolou, ex-astronautas, convidados da Nasa e líderes comunitários se reuniram na quinta-feira para celebrar o 50o aniversário do primeiro voo tripulado dos EUA ao espaço. A efeméride ocorre num momento em que a Nasa está encerrando um capítulo importante na sua história. A agência está aposentando neste ano a sua frota de ônibus espaciais -- deve fazer só mais dois voos -- por causa dos elevados custos operacionais, e para liberar verbas para desenvolver naves espaciais de mais longo alcance. A viagem de Shepard, até uma altitude de 186 quilômetros além da atmosfera, levaria posteriormente a seis pousos dos EUA na Lua, e ao próprio programa de ônibus espaciais. "O Projeto Mercury deu ao nosso país algo novo", disse o administrador da Nasa, Charlie Bolden, um ex-astronauta. Scott Carpenter, que foi colega de Shepard na missão Mercury 7, também foi à cerimônia, na qual foi exibida uma transmissão em alta definição do primeiro voo do norte-americano. Em homenagem àquela empreitada, o Correio dos EUA lançou na quarta-feira dois selos comemorativos. Um deles mostra Shepard, com trajes espaciais, com a cápsula Freedom 7 e o foguete Redstone ao fundo. O outro traz a imagem da nave Messenger, veículo orbital do programa Mercury. Shepard, que chegou a comandar a terceira missão dos EUA à Lua, morreu de leucemia em 1998, aos 74 anos. Dos sete astronautas originais, Carpenter e John Glenn, ex-senador e primeiro norte-americano a orbitar a Terra, são os que ainda estão vivos.

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