Nasa divulga mapa do carbono em florestas tropicais

Estudo ajudará a identificar as regiões que mais liberam gases nocivos na atmosfera

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Por Redação
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SÃO PAULO - A desflorestamento e a degradação das florestas são responsáveis por 15 a 20% das emissões de gases do efeito estufa, a maior parte destas emissões partem das florestas tropicais distribuídas por 75 países. Este tipo de cobertura vegetal armazena grande quantidade de carbono nos troncos e raízes das árvores, quando elas são cortadas e decompostas ou queimadas, o carbono é liberado para a atmosfera.Para promover um melhor controle destes dados, a Nasa liderou um estudo para mensurar a quantidade de carbono estocado nas florestas. De acordo com a agência espacial norte-americana, no início da década passada, os países tropicais acumulavam 247 bilhões de toneladas de carbono. Cerca de 10 bilhões de toneladas são liberados anualmente na atmosfera por meio da queima de combustíveis fósseis e mudanças no uso do solo.Como era de se esperar, as florestas da América Latina apresentam o maior estoque de carbono do mundo, o correspondente a 49%. A quantidade encontrada apenas no Brasil (61 bilhões de toneladas) é quase o mesmo observado em toda a África Subsaariana (62 bilhões de toneladas).Para chegar até estes resultados, a Nasa utilizou dados do satélite ICESat e de estudos de campo. Foi então calculado a quantidade de biomassa acima do solo e, assim, a quantidade de carbono contido. A equipe, então, extrapolou esses dados para a toda a variedade de terrenos e relevos ao redor do globo."Este é um mapa de referência que poderá ser usado como base de comparação no futuro, quando a cobertura florestal e o estoque de carbono variarem", afirma Sassan Saatchi, do Laboratório de Propulsão a Jato, da NASA. "O mapa mostra não apenas a quantidade de carbono armazenado na floresta, mas também a precisão da estimativa".O estudo é importante principalmente para os países com interesse em participar no programa de Redução de Emissões por Desflorestamento e Degradação (REDD+, na sigla em inglês), um esforço internacional que visa criar valor financeiro mensurável para as florestas que ficam em pé. Ele oferece incentivos para os países que preservam a mata e investem em formas de desenvolvimentos baseados em projetos de baixo carbono.O mapa também oferece uma boa indicação da saúde e longevidade das florestas, que além de serem responsáveis por boa parte das emissões de gás na atmosfera, são partes importantes do sistema funcional da Terra. O próximo passo deste grupo de pesquisa é comparar o mapa do carbono com os focos de desmatamento para identificar os locais onde há a maior liberação de dióxido de carbono.

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