Nova droga contra diabete tipo 2 é aprovada no Brasil

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

A primeira droga de uma nova classe de medicamentos para diabete tipo 2 foi aprovada ontem pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A sitagliptina (nome comercial Januvia), do laboratório Merck Sharp Dhome, age no intestino, órgão que, assim como o pâncreas, participa ativamente do desenvolvimento da doença. O Januvia influencia a produção de hormônios chamados incretinas, que são produzidos no aparelho digestivo cada vez que nos alimentamos. Do intestino, as incretinas vão para o pâncreas pela corrente sanguínea. Ali, elas se instalam nas células que ajudam na fabricação da insulina - hormônio que tem a função de carregar a glicose para as células. No diabético, o nível de incretina no intestino aumenta apenas 6% cada vez que ele se alimenta. Numa pessoa normal, o aumento é cerca de dez vezes maior. "Esse remédio age mais precocemente que os outros", explica Antônio Chacra, chefe da Endocrinologia da Universidade Federal de São Paulo. Os remédios para diabete tipo 2 até agora agiam de três formas. Uma, estimulando diretamente o pâncreas a fabricar a insulina. Outra, reduzindo a liberação da glicose pelo fígado - órgão que funciona como reservatório de glicose. A terceira, diminuindo a resistência do organismo à ação da insulina, ajudando-o a entrar nas células. A idéia da Merck é lançar o Januvia no início de 2007 - a partir de agora o valor de venda vai ser discutido (e definido) pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), órgão do governo federal que regula o valor das drogas no País. O Galvus, da Novartis, com ação semelhante, está sob análise da Anvisa e deve chegar também em 2007. A diabete é um defeito no metabolismo da glicose. No tipo 1, que corresponde a 10% dos casos, o pâncreas não produz insulina. A doença aparece na maioria das vezes antes dos 30 anos. Mas cerca de 90% dos casos é tipo 2, quando o órgão não fabrica insulina em quantidade suficiente e as células são resistentes ao hormônio. O tipo 2 está associado à idade adulta, mas vem crescendo entre crianças e adolescentes. A principal origem do fenômeno é o aumento de peso.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.