28 de abril de 2011 | 15h55
Madri, 28 abr - O risco de uma pessoa desenvolver alzheimer é detectável por meio de uma nova tecnologia espanhola, que combina ressonância magnética de alta resolução para obtenção de imagens de grande precisão de diferentes áreas cerebrais com a inteligência artificial.
A capacidade desta tecnologia de discriminar entre as que estão cognitivamente sadias frente as que possivelmente desenvolverão alzheimer foi apresentada nesta quinta-feira, como parte de um projeto piloto realizado por mais de 30 cientistas de Madri, pertencentes ao Grupo de Pesquisadores em Demência da Comunidade de Madri (Demcam).
O estudo, denominado "Ressonância Magnética estrutural e funcional: estudo multicêntrico das fases iniciais do alzheimer na comunidade Autônoma de Madri", foi desenvolvido no Centro Alzheimer Fundação Rainha Sofia - Fundação CIÉN da capital espanhola.
O alzheimer é uma doença neurodegenerativa irreversível de causas desconhecidas que leva a demência e deteriora gravemente as funções cognitivas e funcionais.
Trata-se da demência mais frequente, mas não coincide com o envelhecimento normal do indivíduo, nem é uma doença exclusiva dos idosos.
O uso de novas tecnologias combinadas permitiu diferenciar, com níveis de 95% de exatidão em um grupo de 170 voluntários participantes do estudo, quais são cognitivamente sadias e quais têm risco de desenvolver o alzheimer.
Com a nova tecnologia de ressonância magnética de 3D (três dimensões) é possível agilizar a obtenção das imagens cerebrais com relação a outras técnicas, com maior definição e contraste.
Sua aplicação generalizada ajudará a prevenir o desenvolvimento do alzheimer a partir de seus estágios mais iniciais, ou seja, inclusive antes de ser visualizada a deterioração cerebral que provoca.
Além disso, é possível que esta nova tecnologia, que inclui conjuntamente quatro tipos de técnicas de imagem (volumetria, difusão, perfusão e espectroscopia), favorecerá o desenvolvimento de medicamentos contra a doença.
Nesse estudo foram obtidas mais de 238 variáveis de seções cerebrais de cada um dos indivíduos participantes, relacionadas com características muito particulares.
O projeto recebeu uma contribuição conjunta de 230 mil euros da Fundação Rainha Sofia, GE Healthcare e a Fundação EULEN.
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