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Novas imagens de sonda indicam que a Lua pode estar encolhendo

Fotos da LRO mostram cicatrizes recentes do processo de encolhimento do satélite

Por Carlos Orsi
Atualização:

Imagem feita pela LRO, com escarpa lunar de formação recente em destaque. Nasa/Smithsonian

 

O raio da Lua provavelmente perdeu cerca de 100 metros em algum momento do último bilhão de anos, e é possível que o satélite ainda venha a encolher mais, diz o pesquisador Thomas Watters, do Smithsonian Institution, autor de artigo sobre o assunto publicado na edição desta semana da revista Science.

 

 

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Watters e colegas baseiam a conclusão na análise de imagens produzidas pela sonda Lunar Reconnaissance Orbiter (LRO), da Nasa.

 

Em órbita lunar desde  junho de 2009, a LRO encontrou, espalhados pela Lua, novos exemplares de um tipo especial de elevação avistado anteriormente por três missões Apollo - 15, 16 e 17 -, mas exclusivamente na região do equador. Watters descreve essas formações como estruturas "principalmente lineares, que se parecem com um degrau baixo na paisagem". Têm menos de 100 metros de altura, e poucos quilômetros de extensão.

 

Essas elevações, ou escarpas, descobertas pela LRO encontram-se em áreas da Lua afastadas da zona equatorial onde os exemplos iniciais tinham sido vistos pelas três Apollo, o que sugere que podem estar igualmente distribuídas por todo o globo lunar.

 

A distribuição regular sugere, de acordo com os pesquisadores, que escarpas seriam como cicatrizes deixadas pelo encolhimento da Lua, ocorrido à medida que o satélite perdia seu calor original para o espaço.

 

"O interior da Lua vem se resfriando devagar", explica Watters. "À medida que esfria, ele se contrai, fazendo com que a crosta se ajuste à redução do volume interior".

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O encolhimento, de acordo com o cientista, teria ocorrido em saltos, possivelmente associados a "lunamotos".

 

As escarpas também parecem jovens, em termos da história da Lua - teriam menos de 1 bilhão de anos - o que indica que o encolhimento que as provocou foi bem recente. "A pequena idade aparente das escarpas deixa aberta a possibilidade que a Lua ainda seja tectonicamente ativa e ainda esteja encolhendo", disse Watters.

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